
São Paulo A Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo (ABCTA), entidade que representa os controladores de vôo militares, recuou no desafio à cúpula da Aeronáutica e pediu "perdão à sociedade brasileira" pelo motim realizado do último dia 30, que provocou a paralisação do tráfego aéreo em todo o país.
"Que o dia 30 de março seja lembrado como um grito de socorro dos Controladores de Tráfego Aéreo e não como uma simples rebelião de militares. Pedimos perdão à sociedade brasileira e paz para voltarmos a executar com maestria nosso trabalho", afirma a ABCTA, em nota divulgada no site da entidade, ontem.
O recuo dos controladores militares ocorre um dia após o presidente Lula anunciar o fim da crise aérea, dizendo que "os aeroportos brasileiros vão encontrar paz e normalidade, não apenas na Semana Santa, mas daqui para a frente". Lula também disse que "as pessoas precisam aprender que, no regime democrático, o respeito às instituições e à hierarquia é fundamental".
Fazendo eco às palavras do presidente, os controladores reafirmaram na nota o respeito às "bases do militarismo: hierarquia e disciplina". Os controladores amotinados agora enfrentam inquéritos policiais militares por insubordinação.
Na sexta-feira, o motim começou com a paralisação de 200 controladores de vôo no Cindacta-1, em Brasília, e ganhou a adesão de controladores de outros estados. As decolagens acabaram paralisadas em todo o país.
Por meio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o governo comprometeu-se a aceitar as exigências dos amotinados: iniciar a desmilitarização do controle aéreo e evitar punições contra os grevistas. Na segunda-feira, Lula voltou atrás nos seus compromissos assumidos com a categoria.



