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Sistema de repressão de desmates e controle via satélite têm mostrado resultados e mantido parte da Mata Amazônica em pé | Antonio Scorza/AFP
Sistema de repressão de desmates e controle via satélite têm mostrado resultados e mantido parte da Mata Amazônica em pé| Foto: Antonio Scorza/AFP

Meta

O anúncio da redução na taxa de desmata­mento deve ser usado pelo Brasil nas negociações do clima para pedir mais ambição dos países desenvolvidos em seus esforços de redução das emissões de gases de efeito estufa. Com a redução, o Brasil se aproxima da meta voluntária acordada em 2009, na COP do Clima de Copenhague, de chegar a 2020 com uma taxa de desma­tamento de 3.907 quilômetros quadrados.

A derrubada ilegal de árvores na Amazônia Legal atingiu a menor taxa anual de desmatamento desde que a região começou a ser monitorada pelo governo, em 1988. De acordo com os dados divulgados ontem pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a expansão da área desmatada caiu de 6,4 mil quilômetros quadrados para 4,6 mil quilômetros quadrados por ano. Os resultados se referem ao período de agosto de 2011 a julho deste ano comparado aos 12 meses anteriores. "É a menor taxa de desmatamento da história. Tem o grande marco que é jogar o desmatamento abaixo dos 5 mil quilômetros quadrados", comemorou a ministra.

"Ouso dizer que esta é a única boa notícia ambiental que o planeta teve neste ano do ponto de vista de mudanças do clima. Em relação aos compromissos de metas voluntárias de redução de emissões estamos bastante avançados", acrescentou.

A redução da área registrada por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) representa queda de 27% da área degradada por madeireiros ilegais, na comparação com o mesmo período anterior. O intervalo desses 12 meses é consolidado anualmente no Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe. Os dados mostram que o desmatamento aumentou em três (Tocantins, Amazonas e Acre) dos nove estados amazônicos. O estado do Pará continua sendo o mais atingido pelos criminosos.

Os dados divulgados pelo ministério e colhidos pelo Inpe são estimados pelo Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica (Prodes). As informações ainda não estão completamente consolidadas e há uma margem de erro de 10 pontos porcentuais. A divulgação dos dados finais deve ocorrer em meados de 2013. "Mesmo que tenha uma correção de 10 por cento, não se espera algo explosivo", comentou a ministra.

No período monitorado pelo Prodes, os fiscais do Ibama apreenderam 329 caminhões, 95 tratores, 143 outros veículos e 111 motosserras, além de mais de 130 mil metros cúbicos de madeira e 12 mil metros cúbicos de carvão. As operações de combate e prevenção ao desmatamento na região também resultaram na emissão de 3,4 mil autos de infração, somando o valor de R$ 1,6 bilhão. Segundo Izabella Teixeira, a partir do ano que vem, a fiscalização será feita eletronicamente. O novo projeto, que vai garantir precisão aos dados, custou R$ 15 milhões aos cofres públicos.

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