O Coronel Aramis Linhares Serpa, coordenador do projeto Povo (Policiamento Ostensivo Volante), admitiu que os celulares da Polícia Militar em todo o Paraná têm problemas. "Esse modelo [usado pelos policiais] é antigo, uma hora atende, outra não", disse nesta quarta-feira (18). Segundo ele, o governo elabora a compra de novos aparelhos celulares por meio de licitação.
Os problemas com os telefones do Povo vieram à tona após o levantamento divulgado pela Gazeta do Povo do último sábado que mostrou que, dos 71 telefones celulares do projeto Povo de Curitiba, apenas oito atenderam da maneira prevista, no carro da PM. As ligações foram feitas durante três dias, na semana passada, entre as 19 e 20 horas.
O Povo foi criado para o cidadão poder ajudar a Polícia Militar a definir ações de segurança no seu bairro, repassando informações a policiais e aos conselhos comunitários de segurança (Consegs). Ele nasceu em 1993, no primeiro governo Roberto Requião, não sendo mantido nas duas gestões de Jaime Lerner (1995 a 2002). Com a volta de Requião ao governo, o projeto foi relançado.
Em tese, o projeto deve cobrir toda a cidade de Curitiba. Segundo a PM, cada um dos 75 bairros da capital é atendido 24 horas por um carro e duas motos usadas para esse tipo de serviço, com policiais usando rádios e celulares, podendo receber reforço nos horários de pico.
Serpa afirmou que não há "nem baterias" para os modelos atualmente utilizados pelos policiais. O oficial disse acreditar que o processo de compra dos novos aparelhos se conclua em até 40 dias por meio de um processo de licitação. A precariedade dos aparelhos é a mesma nas 55 cidades atendidas pelo projeto, mas o coordenador declarou que todas serão contempladas com novos aparelhos.
5, depois 9, agora 11
No sábado, a assessoria de imprensa da Polícia Militar emitiu nota afirmando que cinco telefones estavam com defeito, mas que faria um levantamento da situação. Depois, o Coronel Jorge Costa Filho, comandante do Policiamento da Capital, afirmou que eram nove celulares com "problemas técnicos". Segundo Serpa, que articula a coordenação do Povo dentro da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), são onze aparelhos com problemas.
Na nota emitida pela PM, o fato dos celulares estarem sendo usados dentro das sedes não é entendido como erro. "As sedes regionais da Polícia Militar (companhias) estão estrategicamente localizadas em relação aos bairros que atendem".
O coronel Serpa, no entanto, afirma que os telefones sempre devem ser usados no carro da polícia responsável pelo bairro, salvo que este esteja estragado. "Os celulares voltaram a ser usados nas viaturas, há uma ordem para isso", afirmou Serpa.
A reportagem da Gazeta do Povo averiguou a situação dos celulares de uma companhia que atende mais de dez bairros em Curitiba. Todos os aparelhos estavam na sede, afirmou o policial que atendeu a ligação. Ao ser informado, Serpa prometeu "vistorias nas companhias" até que a situação esteja novamente de acordo com os preceitos do projeto.
Contato no site
Os telefones de contato dos policiais ficaram indisponíveis para consulta no site da Sesp após a publicação da reportagem. O governo justificou a retirada para atualizá-los. Nesta quarta-feira (18), os telefones da região de Curitiba voltaram a ser mostrados. A listagem referente aos bairros da capital conta com dez novos números e três alterados em relação a anterior.
Os números das 45 cidades fora de Curitiba que têm o projeto ainda não estavam disponíveis até as 19h10. "Os celulares do Projeto Povo das cidades do interior estão sendo atualizados para que sejam disponibilizados no site em breve", informou a Sesp, por meio de nota.



