Dentro de 20 dias, o Coral Paraná irá completar três décadas de apresentações musicais. Formado quase exclusivamente por servidores públicos ativos e inativos, as tardes de segunda-feira são reservadas para o encontro de 53 homens e mulheres que comparecem aos ensaios semanais. E nesta semana não foi diferente. O preparo vocal foi redobrado, pois ontem o grupo se apresentou no plenário da Assembleia Legislativa, em comemoração aos 100 anos da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR).
Essa rotina é vivida pela chefe do protocolo da Secretaria de Ciência e Tecnologia Egeni Thomé, 72 anos, desde a formação do grupo, em 1979. Atual presidente do Coral Paraná, é uma das poucas voluntárias da época da fundação.
Ao longo dos anos, o grupo perdeu alguns de seus integrantes e foi se transformando. Ela relembra tempos difíceis em que se chegou até a pensar no encerramento das atividades, mas o incentivo de amigos e o sentimento de família entre os integrantes levaram o grupo a persistir. "É uma terapia. Quando chego com problemas aos ensaios, saio muito mais leve", afirma.
A ex-diretora de escola Mirian Lidori Garcia, 61 anos, compartilha da mesma opinião. A contralto está com o Coral Paraná desde 2005 e agora é vice-presidente. Anteriormente, cantava no Coral da Secretaria de Estado da Educação. "A música é uma linguagem universal. Quando eu canto, algumas pessoas me dizem que eu brilho de tanta felicidade", diz.
O repertório eclético que tem composições brasileiras, eruditas e sacras serve para o decorador Milton Madalozzo, 71 anos, extravasar sua emoção. Ele fazia aulas de canto desde criança e chegou ao coral convidado pelo então maestro Paulo Kühn, após passarpor outros grupos, como o Thalia e o coral da Sanepar. "Infelizmente, o trabalho do coral não é reconhecido como na Europa", lamenta.
A mais jovem cantora do coral é a professora de Português e Inglês Hevelyn Segalla Pultinavicius, 32 anos. A mezzo soprano canta com o grupo desde novembro de 2006, quando foi convidada para participar de uma apresentação do grupo na França. Conheceu o maestro auxiliar Paulo Pultinavicius, 32 anos, em uma das inúmeras viagens do grupo, e o encontro deu em casamento. "Participar do coral significa tudo. É um tempo para estar de bem com a vida", afirma. O maestro Paulo Kühn, aposentado como capitão da Polícia Militar, diz que a emoção ao ouvir o aplauso é grande: "O palco é para poucos, e ficamos satisfeitos por estar lá."



