O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, determinou na terça-feira (18) que a corregedoria interna da corporação abra uma sindicância para investigar a aquisição de um Porsche pelo coronel Fernando Príncipe Martins e saber em que condições o veículo de luxo foi comprado. O oficial foi parado numa operação da Lei Seca, na madrugada do último sábado (15), dirigindo o carro. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e teve a carteira de motorista apreendida.
A Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Segurança (Seseg) também vai investigar o coronel Príncipe. De acordo com a secretaria, a corregedoria está reunindo documentação sobre o veículo importado, pelo qual o oficial disse ter pagado R$ 650 mil, para verificar se existem elementos que justifiquem a instauração do procedimento administrativo disciplinar.
O coronel - que diferentemente do que foi informado na segunda-feira pelo jornal O Globo não está reformado - se encontra lotado no Departamento Geral de Pessoal (DGP), para onde vão os policiais que estão na "geladeira". Príncipe está sem função na PM desde agosto de 2010. Sua última unidade foi o 9º BPM (Rocha Miranda). Segundo nota da Polícia Militar, o coronel está no DGP "por opção da corporação, que escolheu outros perfis para os postos de comando (que cabem a coronéis, último posto da carreira policial militar). Segundo a PM, todo oficial, "ao assumir um posto de comando ou diretoria, é obrigado a apresentar declaração dos rendimentos totais e de bens. O oficial citado já havia feito este procedimento anteriormente, quando assumiu alguns comandos, não sendo constatadas irregularidades. A nota informa ainda que o salário de um coronel PM, sem gratificações, como é o caso de Príncipe, gira em torno de R$ 11 mil. A nota diz ainda que o coronel Príncipe recebe atualmente cerca de R$ 15 mil, segundo informou o oficial, devido a triênios e gratificações acumuladas ao longo da carreira, apesar de estar sem função.
"Agora, só falo sobre sexo"
Em entrevista ao jornal O Globo de segunda-feira (17), o oficial, que já comandou o Bope, disse ser sócio cotista de uma empresa de segurança no Rio, da qual seu irmão é sócio gerente. Segundo ele, o Porsche que dirigia foi comprado com os rendimentos obtidos na empresa.
"É de lá que vem o meu rendimento maior. Pobreza pouca é bobagem", disse o policial, que, antes do Porsche, dirigia um Jaguar.
Na terça-feira (18), procurado pelo jornal Extra, Príncipe disse que não gostaria mais de comentar o assunto do carro do luxo de sua propriedade e finalizou a conversa com uma ironia:
"Agora, só falo sobre sexo. Pode publicar isso aí".
