
Foi encontrado por volta das 16 horas de ontem o corpo da adolescente Jéssica Picolo, de 13 anos. Ela estava desaparecida desde a noite de sábado após assalto a um pesque-pague em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Análise preliminar do Instituto de Criminalística aponta que a menina sofreu abusos sexuais.
Voluntários que participavam da busca localizaram o corpo numa chácara a pouco mais de 3 km do estabelecimento de onde Jéssica foi levada. O corpo estava escondido numa manilha com cerca de 1 metro de diâmetro, que escoa água de um tanque, e estava ocultado por vegetação. Ciro Correia, amigo da família que participava das buscas, percebeu rastros de alguém descalço sendo arrastado na obra em que os suspeitos do crime trabalhavam como pedreiros e passou a fazer buscas nas imediações, encontrando o cadáver.
Membros do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) resgataram o corpo de dentro da manilha por volta das 17h30. A arma do crime não foi encontrada. Cerca de 40 pessoas, entre familiares, amigos da família, vizinhos e curiosos, acompanharam o resgate. "Apesar de 27 anos de trabalho, estou revoltado, pois era uma criança, indefesa, não incomodaria ninguém", afirmou o sargento Francisco Carlos Brasil Soares, do Gost.
Jéssica Picolo foi sequestrada e morta depois que assaltantes roubaram o pesque-pague Picolo em que ela trabalhava e morava junto com a família, por volta das 21 horas de sábado. A mãe de Jéssica, Marilize Picolo, de 46 anos foi morta no local com facadas no pescoço.
o horário do crime, Idelino Picolo, o pai de Jéssica, vai diariamente até um ponto de ônibus buscar a irmã mais velha de Jéssica, que trabalha em Curitiba. Ele ficou ausente por cerca de 20 minutos.
Um adolescente de 17 anos e um adulto de 36 foram reconhecidos e identificados após terem sido vistos com a menina horas depois do roubo. O adulto foi preso. O menor ficará detido em um educandário, de acordo com medida socioeducativa expedida pela Justiça. O adolescente, segundo a polícia, confessou que a menina teria sido levada para um matagal, mas acusou o comparsa de tê-la assassinado. O maior, por sua vez, nega as acusações.
Conhecido
Segundo Idelino Picolo, pai de Jéssica, o adolescente era presença constante em seu pesque-pague. "Ele dizia que iria namorar minha filha. Eu, é claro, dizia que não. Ora, essa, uma menina de 13 anos namorando", disse Idelino. No dia do crime, a dupla teria ido ao pesque-pague. A principal hipótese da motivação dos assassinatos é que as duas vítimas tenham reconhecido o criminoso.
Segundo a perita do Instituto de Criminalística Clélia Fila Hamera, o corpo de Jéssica apresenta sete perfurações possivelmente provocadas por arma branca e sinais de estrangulamento. As roupas da vítima foram encontradas do avesso, o que indica, de acordo com a perita, abuso sexual.
A perita também analisa duas pegadas pequenas, possivelmente de Jéssica, em um matagal nas imediações do tanque. "É provável que ela tenha sido trazida a força até aqui [o tanque onde foi encontrada] e esfaqueada. Seria difícil eles arrastarem o corpo dela por tanto tempo em uma área de vegetação tão densa", estima a especialista.
Um laudo do Instituto Médico- Legal (IML) deve ser emitido em até 30 dias com análises mais completas.



