Brasília (ABr) A tentativa do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), de garantir sessões plenárias às sextas-feiras na Casa não começou bem: apenas 32 deputados registraram presença ontem e não houve sessão. Nem Rebelo foi ao parlamento. Ele está em viagem oficial para os estados do Amazonas e Roraima, onde se reúne com governadores, parlamentares locais e prefeitos.
Na terça-feira passada, em reunião de líderes, Aldo Rebelo estabeleceu uma cota de presença para cada partido de modo a garantir, às segundas e sextas-feiras, a presença de pelo menos 51 deputados quórum necessário para a abertura das sessões.
Nenhum deputado do PL, PCdoB, PPS, PSB, PTC e PMR compareceu à sessão de ontem. Os partidos que cumpriram a cota foram PDT, PV, Psol, PSC e Prona. Dos demais partidos, apenas alguns deputados compareceram não totalizando o número acordado na reunião de líderes.
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse não acreditar que a falta de deputados seja uma "manobra" para atrasar o andamento dos processos disciplinares no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. "Eu não vejo por aí. Se alguém faz essa análise conspiratória, eu não me incluo entre essas pessoas", disse Chinaglia. Apesar de estar na Casa, Arlindo Chinaglia não compareceu ao plenário até às 9h30, horário em que se encerram os registros de presença. "Eu tratei como um dia normal de trabalho e de fato não fiquei atento à questão do relógio", afirmou.
O deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), um dos 32 que estavam em plenário, lamentou a falta de parlamentares, mas destacou que a semana na Casa foi "proficiente". Ele comparou ainda as atividades na Câmara com as do Senado, onde teve sessão. "Enquanto isso, o Senado Federal realiza sua sessão e cria comparativamente uma situação que desfavorece a Câmara dos Deputados", destacou Benevides.
Já o deputado José Roberto Arruda (PFL-DF), que também foi ao Congresso ontem, classificou o regime de trabalho dos deputados como "arcaico". Na opinião de Arruda, algumas semanas deveriam ser reservadas para os parlamentares visitar suas bases eleitorais.



