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Antonio Márquez é considerado o melhor bailarino de flamenco da atualidade | Divulgação/Verinha Walflor
Antonio Márquez é considerado o melhor bailarino de flamenco da atualidade| Foto: Divulgação/Verinha Walflor

Brasília – Instalada ontem no Senado, a CPI do Apagão Aéreo vai começar, segundo o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), por onde a Câmara não quis: pela investigação da Infraero, empresa estatal de aeroportos. "Vamos investigar corrupção na Infraero e não deixaremos para o final, não. Vamos investigar tudo ao mesmo tempo", revelou o relator assim que assumiu o posto.

Não é o que defende o presidente da CPI, senador Tião Viana (AC). O petista concorda que serão três os objetos da CPI dos senadores. Além da Infraero, o inquérito vai tratar das causas do caos aéreo e do acidente da Gol, que matou 154 pessoas em setembro do ano passado. Mas diz que, no que se refere às denúncias de corrupção na empresa, a CPI só cuidará daquelas que tiverem relação direta com a segurança de vôo.

Demóstenes, adiantou, no entanto, que no caso da Infraero a investigação começará pelas obras do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O Tribunal de Contas da União (TCU) já está investigando este caso e deve votar o relatório final no mês que vem.

Polêmica à parte, um líder da base aliada que acompanha o assunto garante que não há motivo para nervosismo por parte do Planalto. Ele diz que não acredita que esta CPI crie problemas ou constrangimentos ao governo por duas razões: a investigação pode envolver parlamentares da oposição, o que esfriará os ânimos dos investigadores e, pior, as denúncias de corrupção e superfaturamento em obras nos aeroportos envolvem as cinco maiores empreiteiras do país.

O raciocínio do líder governista, neste caso, baseia-se no puro pragmatismo eleitoral. Ele lembra que as empreiteiras são grandes financiadoras de campanhas políticas e, por isto mesmo, investigá-las e incriminá-las é algo que não interessa nem a aliados nem adversários do governo. Argumenta que, tanto é fato que seu raciocínio faz sentido, que várias foram as propostas de se criar a CPI das empreiteiras ou dos corruptores nas duas últimas décadas, mas que o Congresso jamais ousou abrir este inquérito.

O que mais preocupa o governo é a CPI das ONGs proposta pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que só deverá ser instalada em meados de junho. Neste caso, a avaliação dos governistas é de que o potencial explosivo do assunto é muito grande. Embora todos tenham a ganhar e a perder com o inquérito das ONGs, como alertou a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), a avaliação geral é de que esta CPI "não é administrável como a do Apagão".

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