São Paulo A CPI do Apagão Aéreo da Câmara quer divulgar na terça-feira a transcrição dos diálogos entre os pilotos do Airbus-A320 da TAM que foram mantidos até agora sob sigilo pela Aeronáutica. O objetivo da comissão é tornar públicos os 22 minutos de conversa registrados pela caixa-preta da aeronave .
Os parlamentares reconhecem, no entanto, que o restante dos diálogos não deve contribuir de forma consistente para as investigações já que apenas no final das conversas os pilotos demonstram de forma clara que tinham problemas no vôo. "Acho que vai acrescentar muito pouco. A expectativa é que revele detalhes sobre os procedimentos técnicos", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Na opinião do deputado, a Aeronáutica não ocultou da CPI detalhes considerados relevantes nas investigações. "Eu não acredito que a Aeronáutica tenha suprimido dados importantes. Não teria razões para isso", afirmou Fruet.
O vice-presidente da CPI, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que os familiares das vítimas pediram aos parlamentares que buscassem saber o conteúdo integral dos diálogos registrados pela caixa-preta da aeronave. "Acho estranho que, quando nos enviaram as gravações, não mandaram tudo. Só os oito minutos finais."
A CPI já revelou o trecho final das transcrições mesmo com a pressão do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para que fossem mantidos em sigilo. A comissão divulgou as conversas entre os pilotos Kleyber Lima e Henrique Stephanini di Sacco, nas quais dão a entender que não conseguiram frear a aeronave.
Os diálogos finais, no entanto, não revelaram de forma clara se falhas mecânicas ou dos pilotos provocaram o acidente. O controlador Celso Domingos Alves Júnior, responsável pela autorização da aterrissagem, afirmou em depoimento à CPI que os pilotos da aeronave não relataram aos controladores problemas durante o vôo 3054 da companhia.



