Trajetos ferroviários turísticos são prioridade
A recuperação dos trajetos ferroviários com potencial turístico foi uma das prioridades de ação discutidas durante o 1.º Encontro Nacional das Cidades Históricas e Turísticas, realizado em Paranaguá. Os participantes também citaram a importância de capacitar os guias, montar um inventário das atrações de cada localidade, padronizar a sinalização turística e criar um critério para definir o que é uma cidade histórica e turística.
O diretor de Estruturação e Articulação Turística do Ministério do Turismo, Ricardo Moesch, informou que o governo federal quer organizar a oferta de produtos históricos para preservar os locais tombados, mas, ao mesmo tempo, aumentar o número de visitantes.
O diretor executivo do Serviço Social das Estradas de Ferro (Sesef), Jorge Moura, disse que a prioridade do grupo será aproveitar os ramais ferroviários com potencial turístico. Ele acredita que a primeira atitude no Paraná é melhorar o tempo do passeio. "O trem está permanentemente sob atrasos na sua operação." Para Moura, o turista não pode levar de 4 a 5 horas para fazer o percurso entre Curitiba e Paranaguá só porque a prioridade é o transporte de cargas.
Não adianta nada ter casarios preservados, ruas com mais de 300 anos de história e museus repletos de utensílios para recontar o passado de uma região se todos esses itens não vierem acompanhados de atividades culturais e passeios organizados para atrair e entreter o turista nas cidades históricas. Esta foi a principal lição discutida nas últimas quinta e sexta-feira em Paranaguá, durante o 1.º Encontro Nacional das Cidades Históricas e Turísticas. Representantes de 48 localidades participaram da discussão promovida pelo Ministério do Turismo. Paranaguá, que teve a região central tombada em maio pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), participou e tentou aprender com experiências bem sucedidas de outras cidades.
Um dos locais apresentados pelo Ministério do Turismo como referência no uso do patrimônio histórico como ferramenta turística foi Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. O secretário adjunto de Cultura da cidade, Amaury Barbosa, explicou que o diferencial lá foi envolver e integrar os empresários e a comunidade na organização de atividades turísticas. "Não adianta ter um hotel maravilhoso se o turista não tem o que fazer no entorno dele." Ele explicou que a oferta de eventos, como festas religiosas, festivais de cultura e cinema ajudaram a "vender" o turismo de Paraty, além de destacar a cultura local. Ele lembrou o caso da dança de ciranda. "Os jovens não estavam interessados em pegar uma rabeca para tocar. Hoje já criaram a Ciranda Elétrica".
Para a técnica da Coordenação de Segmentação do Ministério do Turismo, Fabiana Oliveira, a criação de um circuito turístico é primordial. Ela ressaltou ainda a gastronomia como um diferencial importante. "O barreado, em Paranaguá, é um grande atrativo". Fabiana defendeu que as cidades invistam na criação de um grupo gestor, para discutir a organização de "mapas" do turismo.
O presidente da Fundação de Turismo de Paranaguá, Luis Fernando Gaspari, disse que a mobilização dos empresários será primordial para alavancar o setor turístico. "Precisamos do envolvimento da iniciativa privada." Uma das formas de conseguir isso, segundo ele, será através da Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Litoral do Paraná, a Adetur Litoral.
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