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Sambódromo

Crise ameaçou desfiles, salvos pelo dinheiro público

Sheila Carvalho foi a rainha de bateria da Unidos da Vila Maria, em São Paulo. | César Greco/AE
Sheila Carvalho foi a rainha de bateria da Unidos da Vila Maria, em São Paulo. (Foto: César Greco/AE)

A crise financeira internacional afugentou os patrocinadores, a alta do dólar encareceu o material, a eleição atrasou a subvenção municipal. Foi em clima de "apertem os cintos, o dinheiro sumiu!’’ que as 12 escolas de samba do Grupo Especial do Rio se prepararam para o desfile que começa neste domingo, na Sapucaí.

Mas, embora tarda, o socorro com dinheiro público não falha. Nas duas últimas semanas jorraram R$ 4,8 milhões da prefeitura do Rio, outros R$ 4,8 milhões do governo do estado e foram anunciados R$ 3 milhões da Eletrobrás.

Com a generosidade dos três níveis do Executivo, cada agremiação receberá, no mínimo, R$ 3,5 milhões, somadas aí as verbas provenientes da transmissão da TV, do CD dos sambas-enredo e do merchandising no sambódromo.

Enquanto a bonança não vinha, várias escolas apelaram para medidas de economia.

Mesmo a poderosa Beija-Flor não conseguiu patrocínio para seu enredo sobre banhos, com o qual pretende conquistar seu terceiro tricampeonato. "Acho que isso pôs a Beija-Flor em pé de igualdade com as outras’’, diz o carnavalesco da es-cola de Nilópolis, Alexandre Louzada, que estima em R$ 7 milhões o custo total do desfile.

Antes simples, a Unidos de Vila Isabel ganhou o carnaval de 2006 com luxo, que também usará neste domingo para contar a história do Teatro Municipal do Rio. "É um desfile caro, rico em detalhes’’, diz Alex de Souza, que divide a função de carnavalesco com Paulo Barros, criador de encenações para alegorias.

A única agremiação que conseguiu patrocínio foi a Grande Rio. Recebeu cerca de R$ 4 milhões de empresas francesas e da prefeitura de Nice para falar das relações entre França e Brasil.

Se a Mocidade Independente sofreu para, com pouco dinheiro, concluir sua homenagem a Machado de Assis e Guimarães Rosa, o Império Serrano fará um desfile já pago, do qual o grande trunfo é a reedição do samba-enredo de 1976 sobre sereias e outras lendas do mar.

São Paulo

Bateboca e problemas mecânicos marcaram a primeira noite de desfiles do Grupo Especial das escolas de samba em São Paulo. A agremiação Nenê de Vila Matilde, última escola a entrar na avenida na noite de sexta-feira, precisou inverter a ordem das alas por causa de problemas no segundo carro alegórico. Uma discussão entre o carnavalesco e o integrantes da escola contribuiu para aumentar a tensão. Apesar dos problemas, a escola começou e terminou o desfile no horário. Todas as escolas respeitaram o cronômetro e colocaram na avenida apresentações que não devem ter problemas com os critérios técnicos.

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