Um terreno cedido pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para a construção de casas de funcionários, em Volta Redonda, está contaminado com substâncias cancerígenas, de acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro. O local fica na região sul-fluminense do Rio, a 200 metros do rio Paraíba do Sul. As informações foram divulgadas ontem pela secretaria após obter resultado de análise do solo feita pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente).
De acordo com o Inea, ficou comprovado, por meio da análise do solo, que cerca de 750 pessoas que moram em 200 casas na região estão expostas a substâncias perigosas ao organismo, como metais pesados (cádmio e cromo total) e ascarel, substância cancerígena. O número de moradores que têm contato com essas substâncias pode ser ainda maior porque há 2.257 residentes no bairro de Volta Grande 4, que fica junto ao terreno cedido pela CSN.
Segundo a secretaria, Volta Grande 4 tem 255 mil metros quadrados, enquanto a área onde foi identificado o maior grau de risco tem 10 mil metros quadrados, o que equivale a um hectare. O secretário de Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que as análises do Inea mostram que o terreno apresenta contaminação em nível intolerável à saúde das pessoas que moram ali. Ele disse ainda que a CSN pode ser multada em até R$ 50 milhões, mas que esse valor será confirmado apenas na próxima segunda-feira, após uma reunião com diretores do Inea.
A secretaria também ajuizou ontem uma ação criminal contra a CSN na 3.ª Vara Cível da Comarca de Volta Redonda. A empresa deverá responder por sonegação de informações e risco de contaminação de pessoas, do solo e lençol freático.
As investigações sobre a contaminação do solo na área surgiu após uma denúncia do Ministério Público Estadual há cerca de um ano. A CSN contratou uma empresa particular, a Mikol, para fazer uma análise do solo. O estudo, que ficou pronto em outubro do ano passado, "amenizava" os riscos de contaminação.



