
Com as baixas temperaturas registradas no Paraná nos últimos dias, a tendência é que as pessoas fechem portas e janelas quando estão dentro de casa, inclusive que mantenham tudo bem fechado quando vão tomar banho. Para quem tem em casa aquecedor a gás, é preciso ter cuidado para não transformar o conforto em risco.
A Pro Teste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, divulgou o resultado de uma pesquisa com 12 produtos das seis marcas de aquecedores diferentes mais comuns no mercado. Os resultados apontaram que os aquecedores vendidos apresentam problemas que podem comprometer a segurança. Apenas dois produtos foram aprovados por preencherem os requisitos mínimos de segurança.
Os aquecedores a gás podem causar problemas se ocorrer o vazamento do monóxido de carbono gás sem cor e sem cheiro que, se inalado por muito tempo, provoca asfixia e leva à morte. A coordenadora institucional da Pro Teste, Maria Inês Dolci, explica que o perigo maior ocorre quando não há ventilação, mas que os aquecedores que apresentam quantidade desse gás mais que o permitido têm maior chance de causar problemas. "Dentre os que foram testados, teve uma marca que registrou quantidade seis vezes maior que a permitida", afirma.
Hoje, as construtoras procuram instalar os aquecedores na área de serviço porque é o local mais arejado. Mas ainda existem construções em que o gás está no banheiro, com pouca ventilação. Quando a instalação é feita após a compra do imóvel, o consumidor recebe orientação das empresas que instalam sobre o melhor local para colocar e quais os cuidados que devem ser tomados.
De acordo com Maria Inês, é assustadora a quantidade de marcas reprovadas. "Isso preocupa porque o risco de perigo é enorme", comenta. O proprietário da empresa 3B, que conserta aquecedores a gás, Carlos Roberto Braga, conta que nas últimos semanas a procura para consertar os equipamentos tem sido grande, por causa do frio.
A Câmara Municipal de Curitiba aprovou na quinta-feira um projeto de lei do vereador Beto Moraes (PSDB) que obriga as empresas e construtoras a colocarem um dispositivo nos aquecedores que avisa quando houver vazamento. O projeto tem 60 dias para ser sancionado pelo prefeito.
Resultados
Das seis marcas analisadas pelo Pro Teste, apenas o modelo REU 157, da Rinnai, e LZ 2200 da Lorenzetti, foram aprovadas. A Sakura, Bosch, Comfort e Komeco foram reprovadas. A coordenadora da Pro Teste explica que todas foram comunicadas e que possuem um prazo para se posicionar.
A Bosch explicou que o problema estava no sistema de exaustão instalado na chaminé durante o teste e não no aquecedor. A Rinnai disse que fará novos testes, e a Comfort e Sakura questionaram os resultados dos laudos e disseram que vários fatores podem interferir, dependendo do laboratório em que os testes foram feitos. A Lorenzetti também aguarda relatórios sobre o local e condições do teste.



