Pioneira no planejamento da mobilidade urbana, Curitiba luta para continuar como referência na área. A missão não é simples: a população deve diminuir o uso do carro. "O automóvel não é sustentável dentro de uma sociedade moderna", afirma Marcos Isfer, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo planejamento de transporte e trânsito.
Para se ter uma ideia, a capital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 1,1 milhão de veículos para uma população de 1,7 milhão de habitantes. O índice de motorização supera o de São Paulo. "Há uma excessiva motorização individual. Você exclui crianças e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. Além disso, o sistema de transporte público está sobrecarregado. Muita gente da região metropolitana usa o transporte de Curitiba", diz o professor do programa de Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Fábio Duarte.
Para ele, uma das soluções seria a criação de "órgãos gestores de escala metropolitana com poder de decisão", a fim de que estado e municípios adotem medidas conjuntas para o transporte público. "Hoje tenta-se resolver no nível municipal um problema que tem escala metropolitana."
A Urbs planeja implantar até a Copa de 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba. O SIM, por exemplo, terá o Controle de Tráfego em Área (CTA). Segundo a Urbs, "sensores vão acionar o sinal verde quando o ônibus estiver se aproximando do semáforo. Isso prioriza o transporte público e diminui o tempo de viagem dos ônibus". Também haverá o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), com acompanhamento em tempo real do tráfego das principais vias. Assim, em painéis luminosos, os motoristas vão receber as informações de como se encontra o trânsito nas quadras seguintes. Outra opção que deve ser adotada por Curitiba é o uso da bicicleta. O município pretende investir na ampliação da atual rede de ciclovias, que já soma 100 quilômetros.



