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Em dias secos, a poluição que paira sobre a região de Curitiba fica mais evidente. A baixa qualidade do ar acende alertas | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Em dias secos, a poluição que paira sobre a região de Curitiba fica mais evidente. A baixa qualidade do ar acende alertas| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

43% das casas são inadequadas

Agência Estado

Quatro em cada dez domicílios brasileiros eram inadequados para moradia em 2008, ou seja, não tinham algum dos indicadores considerados essenciais. O dado faz parte dos "Indicadores de De­­senvolvimento Sustentável" divulgados ontem pelo IBGE. Entre as condições consideradas essenciais estão densidade de até duas pessoas por dormitório; acesso à rede de esgoto ou fossa asséptica, acesso à rede geral de abastecimento de água e coleta de lixo.

Em 2008, eram 25 milhões de domicílios nessa situação, o equivalente a 43% das moradias brasileiras. Em contrapartida, 57% dos domicílios eram considerados adequados para habitação. Houve um avanço em comparação com o cenário mostrado em 1992, quando apenas 36,8% dos domicílios eram considerados adequados.

Desmate destrói 48% do cerrado

Agência Estado

Apesar da redução do ritmo de desmatamento na Amazônia nos últimos cinco anos, a área total derrubada representa 15% da floresta original. O processo acentuou-se nas últimas quatro décadas e foi concentrado nas bordas sul e leste da Amazônia. Os dados divulgados ontem pelo IBGE mostram que após um período de crescimento quase contínuo da taxa de desflorestamento entre 1997 e 2004, quando houve um pico, os valores de 2009 representam um terço do verificado em 2004.

Já a cobertura original do cerrado foi reduzida praticamente à me­­tade, com área total desmatada de 986.247 quilômetros quadrados (48,37%) até 2008. Entre 2002 e 2008 foram destruídos 4,18% do total. As taxas de desmatamento no bioma são mais altas que as da Floresta Amazônica.

VIOLÊNCIA

Homicídios crescem 32%

Folhapress

A taxa de homicídios no Brasil cresceu 32% em 15 anos, de 1992 a 2007, de acordo com a pesquisa divulgada ontem pelo IBGE. Em 2007, a média foi de 25,4 mortes para cada 100 mil habitantes, enquanto em 1992 o índice era de 19,2 mortes. O estado com a situação mais crítica foi Alagoas, com 59,5 homicídios para 100 mil pessoas, seguido por Espírito Santo (53,3) e Pernambuco (53). As menores taxas foram registradas em Santa Catarina (10,4), Piauí (12,4) e São Paulo (15,4).

Em relação às mortes por acidentes de transporte, o maior valor apareceu na Região Centro-Oeste, que teve 44,8 mortes por 100 mil habitantes. A Região Sul ficou em segundo lugar, com 43,2 mortes. A média brasileira foi de 20,3 mortes. Os dados são de 2007.

  • Veja a comparação do ar curitibano com o de SP e RJ

O levantamento "Indicadores de Desenvolvimento Sustentável", divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe dados relativos à qualidade do ar preocupantes para os curitibanos. O estudo revela que, embora a concentração média de poluentes no ar seja inferior em Curitiba e região metropolitana (em comparação com São Paulo e Rio de Janeiro), a região da capital paranaense é uma das campeãs em picos de emissão de poluentes. Os dados mostram que a região de Curitiba foi a que mais violou os limites tolerados de poluição atmosférica nos últimos anos.A pesquisa analisa seis tipos de poluentes diferentes: partículas totais em suspensão (PTS), partículas inaláveis (PM10), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3), dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2). Quando a concentração dessas substâncias ultrapassa os padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) pode afetar diretamente e imediatamente a saúde da população, segundo o IBGE. "Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de controle de qualidade do ar de curto e médio prazo", diz o texto do estudo.

Enxofre

Os dados do IBGE mostram que, em 2008, a região metropolitana de Curitiba marcou 41 violações de PTS (poeira), contra 12 na região do Rio de Janeiro e quatro em São Paulo. Em relação ao PM10, espécie de poeira mais perigosa por ser mais fina e atingir com mais facilidade os pulmões, foram registrados 24 abusos na região de Curitiba, contra dois no Rio de Janeiro e dois em São Paulo.

Na série histórica do dióxido de enxofre, que pode causar chuva ácida, Curitiba chegou a registrar 13 violações em 2005. Outras regiõ­­es metropolitanas analisadas não passaram de três violações ao ano. Em relação ao dióxido de nitrogênio, a situação se repete. A região de Curitiba, em 2004, ultrapassou 85 vezes os limites toleráveis, um recorde. Já em relação à concentração de ozônio, o número de infrações de Curitiba e região tem diminuído, fechando 2008 com quatro ocorrências. Em 2000, Curitiba havia marcado 524 violações. Em São Paulo, a média a cada ano é de 240 abusos na concentração máxima permitida de ozônio.

Para o analista do IBGE no Paraná, Luís Alceu Paganotto, os números de violações de Curitiba e região metropolitana impressionam. "Em termos técnicos, existe um nível tolerado desses poluentes do ar. O número de violações representa quantas vezes se ultrapassou este marco", afirma.

O professor de mestrado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP) Paulo Janissek concorda. "Preocupa porque tende a aumentar o índice, além disso, a ultrapassagem do limite não tem sido algo esporádico. Essas violações são um alerta", afirma. Segundo ele, a quantidade de infrações registradas por Curitiba e região é explicada pelo crescimento da frota de automóveis e pelo aumento da produção industrial. O especialista explica, ainda, que o clima seco pode dificultar mais a dispersão desses poluentes, ao contrário do que acontece, por exemplo, no Rio de Janeiro, cidade litorânea.

Segundo Janissek, outro ponto que chama a atenção é o fato de Curitiba e região registrarem mais violações, mesmo tendo um nú­­mero menor de estações de monitoramento desses gases. "A tendência seria de que com um nú­­me­­ro maior de estações se registrassem mais violações. É o mesmo que colocar mais radar na cidade."

Para o secretário municipal de Meio Ambiente de Curitiba, José Antônio Andreguetto, a qualidade do ar de Curitiba continua excelente. Segundo ele, a maior parte dos dados mostrados pelo IBGE refere-se a estações de monitoramento que se encontram nos municípios da região metropolitana. De acordo com Andreguetto, a maior parte dos abusos é referente às estações de Colombo e Araucária. "É uma situação que não se enquadra a Curitiba", afirma.

Andreguetto também minimiza a gravidade da situação apresentada pelos dados do IBGE. "Essas violações não querem dizer que é o caso de uma emergência e que temos de mobilizar a sociedade para evacuar a cidade", diz. De acordo com Janissek, porém, é importante que essas violações sejam analisadas como alertas e sejam tomadas medidas de combate à poluição. São Paulo, por exemplo, tem registrado menos violações porque já trabalha no combate ao problema há anos. "Precisamos fiscalizar a frota e a indústria", diz.

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