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Trânsito

Curitiba está cada vez mais lenta

Com frota de carros em expansão, capital trava nos cruzamentos e nas principais vias. Situação tende a ficar pior

Para taxistas, Avenida Visconde Guarapuava lidera lista das vias com pior tráfego em Curitiba | Antonio Costa/ Gazeta do Povo
Para taxistas, Avenida Visconde Guarapuava lidera lista das vias com pior tráfego em Curitiba (Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo)

Pesquisa realizada pela unidade de Location & Commerce da Nokia mostra que 54% dos brasileiros enfrentam mais de um congestionamento por dia e a maioria acredita que o problema deve piorar nos próximos cinco anos, com o aumento da circulação de veículos e os eventos internacionais a serem realizados no país, a exemplo da Copa do Mundo e da Olimpíada.

Curitiba não foge à regra. Segundo o Depar­­tamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), a frota da capital cresceu 4,65% em um ano, passando de 1.210.839 veículos, em março de 2011, para 1.267.261 em março deste ano. O crescimento implica em mais carros circulando ao mesmo tempo, o que causa lentidão em determinados pontos.

Levantamento da prefeitura indica sete pontos críticos para o tráfego na capital, três na região central e quatro em bairros. Um dos piores trechos é o cruzamento da Avenida Comendador Franco com a Rua Francisco H. dos Santos, no Guabirotuba. No local será construído o viaduto. Taxistas e empresas de rádio-táxi consultados pela reportagem elegeram outras cinco vias como as mais congestionadas: as avenidas Visconde de Guarapuava, Co­­mendador Franco, Presi­­dente Arthur Bernardes e Cândido Hartmann e a Rua Eduardo Sprada.

Soluções

A busca por caminhos alternativos pode se mostrar infrutífera em determinados casos: desvios longos e ruas esburacadas afugentam motoristas. Para diluir o tráfego, a prefeitura criou um Anel Viário com 25 quilômetros de vias em bairros como Rebouças, Alto da XV, Centro Cívico, Bom Retiro e Mercês. Além disso, foi implantado um centro de monitoramento que acompanha em tempo real o tráfego nessas ruas.

Especialistas apontam duas soluções prioritárias: investimento em transporte coletivo de qualidade e diversificação nos horários de saída de empresas e escolas, por exemplo. "Ainda é mais interessante passar duas horas preso em um carro do que usar o ônibus. O carro é confortável, te leva para onde você quiser e ainda proporciona privacidade", argumenta o professor do curso de mestrado e doutorado em Gestão Urbana, Trânsito e Urbanismo da PUCPR, Clovis Ultramari.

O vice-presidente da As­­sociação Brasileira dos Es­­cri­­tórios de Arquitetura do Paraná (AsBEA-PR), Orlando Ribeiro, lembra que Curitiba investiu na criação de sistemas binários e vias rápidas e esses sistemas estão relaciona­dos às ruas por onde passam faixas de circulação exclusiva de ônibus. "O fato de todo mundo circular por elas não é por opção. Ninguém escolhe ficar entalado, e sim porque são as únicas que permitem atravessar de um lado para outro", diz. Para ele, um metrô subterrâneo deve favorecer o surgimento de rotas alternativas.

Entre as alternativas a curto prazo, o cidadão pode investir em opções conhecidas, como andar a pé, usar a bicicleta e recorrer à carona. A flexibilização dos horários de comércio, empresas e escolas também é uma possibilidade. "Temos hora do rush porque todo mundo entra e sai do trabalho no mesmo horário", lembra Ultramari.

Para Ribeiro, a inversão de sentido das vias em horários determinados e rodízios podem ser considerados. No caso da reversão de sentido, ela seria adotada em horários determinados em vias específicas. "A fluidez de tráfego sempre é em um único sentido. É uma medida paliativa, para resolver um problema hoje", exemplifica. Já o sistema de rodízio não precisa seguir o modelo de São Paulo, mas pode restringir o tráfego em vias prioritárias nos horários de pico.

Em um ano, a frota de veículos da capital cresceu 4,65%. Com isso, os congestionamentos têm se tornado mais frequentes.

Segundo a prefeituraA prefeitura da capital aponta sete pontos críticos para o tráfego, sendo três na região central e o restante em bairros. A solução dada pela prefeitura é que os motoristas que quiserem escapar dos pontos críticos optem por desvios e por usar o Anel Viário.

Segundo os taxistasJá para os taxistas, cinco vias da capital são consideradas as mais problemáticas. Mesmo com obras viárias, nem todos os pontos de maior fluxo têm alternativas de tráfego.

Colaborou Tatiane Salvatico, especial para a Gazeta do Povo

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