Estudantes de medicina e entidades de classe de todo o país protestaram, na manhã deste sábado (25), contra a medida do Governo Federal que pretende incentivar a importação de médicos espanhóis, portugueses e cubanos sem a necessidade de revalidação de seus diplomas.
Em Curitiba, de acordo com a organização do protesto, 400 pessoas participaram da passeata -- que começou por volta das 9h na Boca Maldita e terminou 2 horas depois com uma concentração na Praça Santos Andrade. Também estavam previstas manifestações em Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.
Segundo o Ministério da Saúde, a medida tem como objetivo suprir uma carência desses profissionais em áreas do interior do país.
Trajados com seus jalecos brancos e com faixas pretas amarradas aos braços, os manifestantes da capital paranaense distribuíram panfletos à população. Nos materiais, produzidos pelo Conselho Federal de Medicina e pela Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), havia dados sobre a distribuição de médicos no Brasil e detalhes da estrutura de atendimento em cidades brasileiras do interior.
Rodrigo Mandryk, presidente do Diretório Acadêmico Nilo Cairo (Danc), da UFPR, disse não ser contrário à presença dos médicos estrangeiros, mas reafirmou a importância do processo de revalidação dos diplomas. "Não somos contra espanhóis, portugueses ou qualquer outro estrangeiro, mas para atuar precisa revalidar o diploma. Além disso, também cobramos do governo uma reestruturação das condições de atendimento no interior do país".
O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (REVALIDA) é uma iniciativa do Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde. O exame é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No ano passado, o exame reprovou 91,2% dos candidatos.
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