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Aeroespacial

Curitiba vira base de lançamento para minifoguetes

Os lançamentos acontecerem durante o primeiro Festival de Minifoguetes da capital paranaense, realizados no Centro Politécnico da UFPR. "Brincadeira" ajuda no desenvolvimento da indústria espacial no Brasil

Equipe prepara lançamento de minifoguete no campus da UFPR | Yuri Al’Hanati
Equipe prepara lançamento de minifoguete no campus da UFPR (Foto: Yuri Al’Hanati)

Um campo de futebol do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) amanheceu nesta sexta-feira (11) com pequenas bases de lançamento instaladas no gramado. Começava o primeiro Festival de Minifoguetes de Curitiba, que também é o primeiro nacional.

"Existem outros encontros amadores, mas este é o primeiro encontro de foguetemodelismo com propulsão a combustível sólido do Brasil", conta o aviador aposentado Roberto de Paula, 62 anos, um dos poucos fabricantes de motores de minifoguetes do Brasil. Ele veio de Jaboatão dos Guararapes para prestigiar o evento, que considera de suma importância para o desenvolvimento da indústria espacial no Brasil: "O uso do foguetemodelismo nas escolas e nas universidades é um ponto de partida para dar uma arrancada no programa espacial brasileiro, que continua muito atrás dos Estados Unidos".

Durante a manhã, os foguetes das categorias A e B – a classe é determinada de acordo com a capacidade de impulso do motor – foram lançados no campo. Antes e depois do lançamento, uma série de medições cuidadosamente anotadas em uma prancheta. A maioria dos foguetes, de corpo de papelão e partes de isopor e plástico, custa em média R$ 50 cada um. "Existem algumas partes caras, como o altímetro de bordo, que custa cerca de R$ 100, mas são partes recuperáveis e reutilizáveis, o que deixa o processo barato", diz Tiago Andrade da Silva, estudante de Engenharia Mecânica da Universidade de Campinas (Unicamp), que também veio para o evento.

Sua equipe compete neste sábado (12), na Fazenda Canguiri, em Pinhais, nas categorias C e Livre. Para ele, a oportunidade é de trocar experiências: "Vimos que os foguetes dos outros grupos têm muitas coisas parecidas com o nosso, e outras muito diferentes, e vamos apostar nessas diferenças para a competição".

Os dados dos altímetros de bordo dos foguetes ainda serão analisados, mas estima-se que recordes tenham sido quebrados. O foguete B da UFPR teria subido a uma altura de 314 metros. O recorde americano, segundo os documentos do evento, é de 264 metros.

Durante a tarde, diversas oficinas e palestras foram realizadas no campus. "Introdução ao voo de Gagarin e Vostok", em homenagem aos 43 anos do primeiro astronauta no espaço neste sábado (12), uma oficina de montagem de motor caseiro e uma sessão técnica sobre a montagem de banco estático caseiro – uma plataforma de lançamento de minifoguetes – foram ministradas por participantes do festival.

O evento terá mais debates teóricos na tarde deste sábado e segue até domingo (13), com mais lançamentos de foguetes na parte da manhã.

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