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Unidade Paraná Seguro

Curitibano sente falta de mais polícia nos bairros

Pesquisa revela que 60% dos moradores da capital estão insatisfeitos com o policiamento na região onde moram

Policiais fazem ronda nas ruas da CIC: curitibanos cobram mais presença física da polícia | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Policiais fazem ronda nas ruas da CIC: curitibanos cobram mais presença física da polícia (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Um dos objetivos da Unidade Paraná Seguro (UPS) é reforçar as ações de policiamento comunitário e garantir presença constante da polícia perto do cidadão. Pontos esses em que os curitibanos têm demonstrado descontentamento. Segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas finalizado em julho, 60% dos curitibanos estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o policiamento no bairro onde moram. Entre os entrevistados, 37% disseram ver carros de polícia circulando no bairro apenas uma vez por semana.

A maioria dos entrevistados avalia ainda como "regular" o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar (41%) e pela Polícia Civil (36,1%). Apesar da insatisfação, os índices são melhores do que os registrados há um ano. Em julho de 2011, 48% consideravam regular o trabalho da PM e outros 38% tinham a mesma percepção com relação à Civil. No total, 280 curitibanos foram entrevistados para a pesquisa, que tem uma margem de erro de 6%.

Análise

Para especialistas, a insatisfação com o policiamento expressa a sensação de insegurança da população. O coordenador de segurança humana da ONG Viva Rio, Ubiratan Ângelo, que foi comandante-geral da PM do Rio, explica que, quanto mais a população tem medo, mais ela tem vontade de que a polícia esteja por perto. Por outro lado, diz ele, o fato de os policiais não estarem visíveis nas ruas não significa que eles não estejam trabalhando. "A população não vê os crimes que a polícia evitou que acontecessem."

Para reverter a má avaliação, Ângelo aponta a necessidade de se trabalhar com a estratégia de polícia de proximidade, como ocorre nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio e agora nas UPS.

O sociólogo Lindomar Boneti, professor do mestrado e doutorado em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, concorda que a UPS aproxima a polícia da população, mas diz que a estratégia deve vir acompanhada de outros serviços: "O Estado deve se fazer presente plenamente", afirma, defendendo ações nas áreas de saúde, educação, lazer, infraestrutura urbana, entre outros.

Diante dos índices de insatisfação, o governo do estado informou, via nota, que está desenvolvendo um programa para reforçar o trabalho das forças policiais, recompondo efetivos e adquirindo novos equipamentos e viaturas. Segundo o texto enviado pelo governo, um exemplo deste esforço são as UPS.

A nota informa ainda que está em curso a modernização do serviço 190. Entre os entrevistados pela Paraná Pesquisas que tinham ligado para o número de emergência da polícia, 44,2% disseram ter aguardado até cinco minutos para serem atendidos e 50% avaliaram como "boa" a qualidade do atendimento telefônico.

Diversidade

As quatro Unidades Paraná Seguro vão vigiar uma parte pequena do bairro. Existem diversas "CICs" dentro da mesma Cidade Industrial. Acompanhe:

CIC Histórica

Surge em 1966, com a inauguração da primeira Cohab do Paraná e a terceira do Brasil – a Vila Nossa Senhora da Luz. Com 2,6 mil casas, a vila padeceu com o isolamento inicial, o que favoreceu a criminalidade. Ao se tornar CIC, em 1973, "perdeu-se" na imensidão do bairro. Pela antiguidade, também fazem parte do núcleo histórico os conjuntos Oswaldo Cruz I e II e a Vila Verde.

CIC Cohab

Os conjuntos habitacionais se dividem por boa parte das 83 áreas que formam o grande bairro – são 114 Cohabs ao todo, abrigando 23.858 famílias. Algumas, a exemplo do Caiuá, são apontadas como o que de melhor se fez em habitação popular na capital, com previsão de comércio e lazer, e várias vias de acesso.

CIC loteamentos

Os loteamentos populares também fazem parte da paisagem do bairro. A citar: Conjunto Residencial Marechal Rondon; Parque Verde, Moradias Vilas Novas, Visconde de Mauá.

CIC ocupações

O bairro soma 54 áreas de ocupação irregular, num total de 12.872 domicílios. Equivale a 20% da zona favelizada de Curitiba. Há pelo menos 12 áreas em regularização.

CIC industrial

Estima-se que 55 empresas das 121 instaladas na CIC em 1975 ainda continuem ativas. No total, a região abriga 7.991 empresas, divididas em indústria (21%), comércio (46%) e serviços (32%). As empresas geram, formalmente, 28 mil empregos diretos e 79 mil indiretos.

CIC comercial

Não é o forte da região. O bairro ainda padece pela ausência de grandes redes de supermercados, farmácias e bancos. Mas já se pode dizer que o local tem seus "centrinhos", como as Ruas Pedro Gusso, Raul Pompeia, Cid Campelo, João Bettega, Antônio Pastre, Eduardo Sprada e Herecê Fernandes. O grau de informalidade é altíssimo em vilas como o Sabará.

CIC verde

O bairro tem áreas de bosque, mas são pouco atraentes. Pode-se citar o Bosque do Trabalhador, parte do Passaúna, áreas de chácara nas Vilas Riviera, Augusta e São Miguel, Bosque Getúlio Vargas, Bosque São Nicolau, Parque dos Tropeiros, Parque Mané Garrincha. Ao todo, são 95 áreas de lazer, entre parques, praças, bosques, jardinetes e eixos de animação. O número representa 7,42% de área verde da cidade.

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