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Jim Caviezel como Bolsonaro

“Dark Horse”: tudo o que já se sabe do filme sobre Bolsonaro com ator que fez Jesus

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O ator Jim Caviezel interpretará Bolsonaro no filme "Dark Horse". (Foto: Genevieve via Wikimedia Commons)

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A produção de uma cinebiografia sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro estrelada por Jim Caviezel, o ator que fez Jesus em "A Paixão de Cristo" (2004), foi confirmada no começo da semana e ganhou grande repercussão nas redes sociais.

As primeiras imagens de "Dark Horse" ("O Azarão", em tradução livre), previsto para estrear no segundo semestre de 2026, mostram a reconstituição da facada em Bolsonaro, cenas da campanha de 2018 e trechos de sua internação após o atentado.

Dirigido por Cyrus Nowrasteh, o longa aborda a campanha presidencial de 2018 e o atentado sofrido em Juiz de Fora (MG). O roteiro é assinado por Cyrus e Mark Nowrasteh e baseado em material escrito pelo deputado federal Mário Frias (PL-SP), segundo o próprio parlamentar.

Os filhos do ex-presidente são interpretados por Marcus Ornellas (Flávio), Sérgio Barreto (Carlos) e Eddie Finlay (Eduardo). Camille Guaty interpreta Michelle Bolsonaro. Lynn Collins, Esai Morales e Felipe Folgosi fazem papéis secundários.

A produção é independente e o financiamento é privado, mas ainda não há detalhes sobre investidores divulgados. A distribuição do filme ainda está em negociação.

Veja tudo o que já se sabe sobre "Dark Horse".

Filmagens ocorreram sob sigilo e começaram em setembro

As filmagens começaram em setembro de 2025 em São Paulo, com tudo sob sigilo. Há complementos previstos no México e nos Estados Unidos. Relatos de veículos especializados como o World of Reel descrevem medidas de segurança que incluíram proibição de celulares e revista de pertences para evitar vazamentos. Imagens e clipes de bastidores circularam entre 6 e 7 de dezembro.

Um vídeo de dois minutos publicado por Mário Frias no X reúne cenas do casamento de Bolsonaro com Michelle, do atentado, da cirurgia de emergência – interpretada pelo próprio Frias como médico – e momentos da campanha.

De acordo com o Metrópoles, um rascunho do roteiro menciona sequências ambientadas na Amazônia, com passagens que incluem enfrentamentos contra grupos ligados ao tráfico e a participação de personagens indígenas e figuras xamânicas.

Divulgação de teaser de "Dark Horse" gera polêmica envolvendo Beyoncé

A trilha sonora usada nos primeiros materiais de divulgação de "Dark Horse" incluía "Survivor", hit de 2001 do grupo Destiny's Child, do qual Beyoncé fazia parte. A canção, cujo refrão fala sobre sobrevivência e superação ("Sou um sobrevivente / Não vou desistir / Não vou parar / Vou trabalhar mais duro"), foi provavelmente escolhida para reforçar a imagem de Bolsonaro como alguém que enfrentou adversidades e deu a volta por cima.

A utilização não autorizada da música levou a uma reação pública de Anderson Nick, representante da BeyGOOD – organização social fundada por Beyoncé –, que afirmou em 9 de dezembro que tomaria providências legais. Até o momento, não há registros públicos de ação judicial formal, mas sim de uma notificação extrajudicial com pedido de remoção dos trechos que continham a música.

Jim Caviezel teve pouco sucesso em Hollywood após "A Paixão de Cristo"

Jim Caviezel, ator norte-americano que ganhou projeção mundial ao interpretar Jesus Cristo em "A Paixão de Cristo" (2004), mantém uma colaboração de anos com Cyrus Nowrasteh, diretor de "Dark Horse". Os dois trabalharam juntos em "O Apedrejamento de Soraya M." (2008), que retrata a execução de uma mulher acusada de adultério no Irã, e em O Jovem Messias (2016), adaptação que dramatiza episódios da infância de Jesus.

Caviezel passou cerca de três meses no Brasil para as filmagens e apareceu em registros de bastidores caracterizado como o ex-presidente, o que acabou se tornando o grande foco da repercussão em redes sociais e veículos internacionais.

Em Hollywood, Caviezel nunca chegou a ter sucesso de público próximo ao de "A Paixão de Cristo". O único longa protagonizado por ele que teve bom desempenho nas bilheterias recentemente foi "O Som da Liberdade" (2023), filme sobre tráfico infantil baseado na vida do ativista Tim Ballard. A obra teve forte apelo com conservadores e foi usada em campanhas de conscientização por organizações que atuam em prevenção ao abuso infantil, o que ampliou seu impacto.

Caviezel circulou em vídeos de bastidores caracterizado com camisa da seleção brasileira e liderando gritos de "liberdade", conforme clipes compartilhados por membros da equipe e repercutidos no X. O ator já havia expressado apoio a Bolsonaro em eventos conservadores nos EUA, segundo o The Guardian.

No dia 7 de dezembro, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) postou um agradecimento ao ator no X: "Jim Caviezel, obrigado por tudo. Sei que seu legado continuará sendo admirado por pessoas boas e invejado por aqueles que buscam a destruição. Contudo, a mensagem que você imprime a cada passo deixa sua marca no mundo. Para mim, um dos maiores presentes que recebi foi a oportunidade de viver momentos inimagináveis ​​ao seu lado. Receba meu abraço sincero e grato. Deus, Jesus e Liberdade!"

Acusações de agressão e comida estragada no set de "Dark Horse" provocam reação de sindicato de artistas

O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo (Sated-SP) recebeu denúncias entre outubro e novembro de 2025 sobre condições no set, incluindo jornadas excessivas, alimentação inadequada e cachês baixos, segundo uma nota oficial do próprio sindicato. Uma fiscalização ocorreu em 8 de dezembro e as denúncias seguem em análise.

Um áudio obtido pela Revista Fórum mostra supostas orientações para que figurantes pagassem R$ 10 pelo transporte até as locações, valor descontado do cachê. Denúncias sobre valores abaixo do padrão do setor para figurantes, entre R$ 100 e R$ 170, também foram feitas, embora a empresa responsável pelo recrutamento tenha afirmado que pagaria entre R$ 150 e R$ 250 e negado irregularidades.

Mario Frias ficou conhecido ao protagonizar Malhação

Mario Frias, ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro e atualmente deputado federal pelo PL-SP, assumiu múltiplas funções na produção de "Dark Horse". Além de ter ajudado com material para o roteiro e atuar como produtor associado, ele também interpreta o médico responsável pela cirurgia de emergência realizada no então candidato após o atentado de 2018.

A presença de Frias como ator foi confirmada no teaser divulgado em 8 de dezembro, no qual ele aparece caracterizado como o profissional de saúde que atende Bolsonaro logo após a facada em Juiz de Fora (MG).

Antes de ingressar na política, Frias ficou conhecido nacionalmente ao protagonizar "Malhação", seriado para adolescentes da Globo, no fim dos anos 1990. Participou de diversas novelas na Globo, Band e Record, como "Meu Bem Querer" (1998), "As Filhas da Mãe" (2001), O Beijo do Vampiro (2002), Senhora do Destino (2004), Floribella (2006), Os Mutantes (2008) e A Terra Prometida (2016).

Diretor de "Dark Horse" tem experiência com produções sobre religião e eventos reais

Cyrus Nowrasteh, diretor de Dark Horse, é um cineasta norte-americano com trajetória marcada por produções baseadas em eventos reais e temática religiosa. Ele já havia trabalhado com Jim Caviezel em outros projetos antes de conduzir a dramatização da campanha presidencial de Jair Bolsonaro em 2018.

Seu filme de maior sucesso é "O Apedrejamento de Soraya M." (2008), sobre uma mulher iraniana condenada ao apedrejamento, que tem nota 7,9 no IMDb; Caviezel faz o papel de um jornalista francês nesse longa. Entre as obras mais recentes de Nowrasteh estão "O Jovem Messias" (2016), sobre a infância de Jesus, com avaliação de 5,7 na mesma plataforma; e "Sequestro Internacional" (2019), suspense com temática política também protagonizado por Caviezel e com nota 5,6 no IMDb.

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