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Desde que a greve teve início, no dia 15 de março, curitibanos enfrentam longas filas e espera por ônibus nos terminais | Aniele Nascimento/
Desde que a greve teve início, no dia 15 de março, curitibanos enfrentam longas filas e espera por ônibus nos terminais| Foto: Aniele Nascimento/

A greve de ônibus de Curitiba entra no sétimo dia, se tornando a mais longa dos últimos 23 anos, e segue mudando a rotina da cidade. Do trabalhador ao empregador, todo mundo precisou “dar um jeito” e fazer a vida continuar, mesmo com a oferta de transporte prejudicada. De acordo com a Associação Comercial do Paraná (ACP), somente no dia da greve geral, R$ 150 milhões deixaram de circular em Curitiba. O cálculo da entidade leva em conta o PIB curitibano e engloba os setores de comércio, indústria e serviços. Além do prejuízo econômico, a rotina de muita gente teve que mudar durante sete dias de paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo. Eles pedem reajuste de 10% nos salários e aumento de R$ 200 no vale-alimentação.

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Alécio Albino Arsezo, gerente do Armazém da Maria, supermercado que fica na Linha Verde, diz que desde que a greve começou, 7% dos 170 funcionários não conseguem chegar ao trabalho e clientes deixam de ir à loja. Foi preciso, relata, montar uma verdadeira operação para que os funcionários pudessem ir trabalhar.

Para evitar faltas, o gerente disponibilizou quatro carros da empresa para que fizesse o transporte dos trabalhadores. Arsezo também tem bancado a gasolina de três funcionários para que eles busquem os colegas que moram mais longe. “A empresa precisa pagar o vale-transporte dos funcionários religiosamente para garantir o transporte das pessoas. Daí vem a greve, e o que acontece com esse dinheiro que a gente paga? As autoridades precisavam se esforçar mais para resolver esses impasses. O sofrimento que causa para toda a população é muito grande”, desabafou.

Diarista perdeu tempo e dinheiro durante a greve

Além dos empresários, quem vive de diárias também tem sofrido - e muito - com a falta de transporte coletivo. Celina Souza, 43 anos, faz faxinas em diversos bairros da cidade e recebe conforme o número de diárias atendidas. Com a greve, ela calcula que já tenha perdido cerca de R$ 300 dos cerca de R$ 1,5 mil que fatura com as faxinas. “Nem quis calcular direito para não ver o estrago”, comenta Celina.

Assim que soube da paralisação, a diarista diz que tentou de todas as formas uma outra alternativa de transporte. Pediu até a bicicleta da irmã emprestada para comparecer à casa dos clientes. Mas, como a irmã também precisava chegar ao trabalho, acabou dependendo dos ônibus, que demoraram muito a chegar. “Cheguei a ficar 40 minutos esperando um ônibus que normalmente chega em dez. Um dia tive que pedir uma carona para uma cliente, que me deixou no terminal. Se não, nunca ia chegar em casa”, conta.

Além das longas esperas, a diarista observa que está tendo que trabalhar até tarde nos sábados para dar conta do que perdeu durante os sete dias de greve. “Tem que correr atrás. Pra quem não tem outra fonte de renda, é assim que funciona”, define.

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