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A Defesa Civil do Paraná divulgou um novo alerta à população em relação aos baixos índices de umidade relativa do ar na tarde desta terça-feira. A estiagem que castiga o estado há meses e o súbito aumento nas temperaturas registrado no início desta semana fizeram com que o órgão governamental pedisse a atenção das pessoas.

Nesta terça, o índice de umidade do ar ficou abaixo dos 30% em todo o Paraná e atingiu o seu limite em Cambará, na região Norte do Paraná, quando a umidade ficou em apenas 20,6%. "A situação é preocupante, pois não há previsão de chuvas para os próximos dois dias. Talvez aconteçam pancadas na quinta, nas regiões Sul e Sudeste, mas em Curitiba e região só deve melhorar na sexta-feira", explicou o tenente da Defesa Civil, Eduardo Pinheiro.

Em Curitiba, os índices caíram bruscamente nesta segunda para terça, de 37% para 29%. No mês passado os índices na capital paranaense também ficaram baixos, assim como na maioria das cidades. O menor índice registrado em Curitiba neste ano foi em agosto e ficou em 19,2%. Em Cambará, que teve o menor índice desta terça, o número registrado em agosto foi de 10,3%.

Segundo a Defesa Civil, são três os níveis críticos de umidade do ar: atenção, quando o nível fica abaixo dos 30%; alerta, quando cai abaixo dos 20%; e emergência, quando os índices ficam abaixo dos 12%.

O Instituto Tecnológico Simepar acredita que a situação só melhore no fim de semana quando uma nova frente fria entra no estado. "As duas variáveis – temperatura e umidade - andam ao contrário, ou seja, se as temperaturas aumentam muito a umidade despenca. Além disso, a poluição também prejudica o quadro", afirmou Samuel Braun, meteorologista do Simepar.

Ficam para a população as recomendações usuais em casos como esse. "É bom deixar sempre um recipiente com água ou uma toalha úmida nos locais de trabalho ou em casa. Além disso recomenda-se tomar muita água e evitar a prática de exercícios físicos intensos das 10h às 16h", explicou Pinheiro.

Sintomas dos problemas causados pela baixa umidade

- complicações respiratórias, graças a mucosas ressecadas;- sangramento pelo nariz;- pele ressecada;- irritação dos olhos;- eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos;- aumento no potencial de incêndio nas pastagens e florestas.

Alerta do início do mês

No dia 5 de setembro a Defesa Civil já havia emitido um aviso sobre a queda da umidade relativa do ar. De acordo com o comunicado, os números poderiam chegar aos 30% e até 20% de umidade em alguns pontos do estado, o que já caracterizaria o chamado "estado de alerta".

Aumento no número de incêndios

Além do alerta sobre a baixa umidade do ar, a Defesa Civil divulgou dados preocupantes em relação ao aumento no número de incêndios em todo o Paraná. Até esta terça, de 1.º de janeiro até 31 de agosto, o Corpo de Bombeiros atendeu 7106 chamados para combater focos que apareceram em todo o estado. Na comparação com o número de ocorrências nos 12 meses de 2005, houve um aumento de 59% (4465 casos).

Só que os números dos últimos 12 dias são ainda mais assustadores. Na comparação entre o período de 1.º a 12 de setembro de 2005 e 2006, o aumento no número de atendimentos foi de 241%. No ano passado foram apenas 124 atendimentos nos primeiros dias de setembro, mas em 2006 foram 424 no mesmo período.

"Em todo o litoral foram registrados 110 incêndios de janeiro a agosto deste ano. Só nos últimos três dias (10 a 12 de setembro) foram 107 registros no Paraná", explicou o tenente Eduardo Pinheiro. Na região de Maringá, Noroeste, ficaram concentrados 28,8% dos casos; 18,2% em Ponta Grossa; outros 18,2% em Londrina; 13,1% em Curitiba; 10,6% em Cascavel; 10,5% na Região Metropolitana de Curitiba; e 5,1% no litoral.

Entre os fatores que estão contribuindo para este aumento estão a estiagem, o calor, as geadas (que queimam e secam as plantas) e a baixa umidade do ar. "Lógico que não podemos esquecer dos balões e da principal causa: o homem", conclui Pinheiro.

A Defesa Civil pede que a população denuncie as pessoas que soltam balões ou realizam queimadas irregulares pelo fone 0800-6433-0304 da Força Verde. Para o combate às chamas recomenda-se telefonar para o 193 o mais rápido possível.

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