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Julgamento

Defesa de Carli tenta evitar júri popular

Advogado de defesa diz que ex-deputado tinha a preferência na via e que os jovens mortos poderiam ter avistado seu veículo

O carro de Carli Filho: para advogado, ex-deputado tinha preferência na via | Joao Carlos Frigerio
O carro de Carli Filho: para advogado, ex-deputado tinha preferência na via (Foto: Joao Carlos Frigerio)

O advogado do ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto, entrou com um recurso na sexta-feira para tentar impedir que seu cliente seja levado a júri popular. Carli Filho se envolveu no acidente de trânsito que resultou na morte de Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20 anos, em maio de 2009. No dia 17 deste mês, o juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, determinou que Carli iria a júri popular.

Brzezinski Neto argumenta que Carli Filho dirigia em uma via on­­de a preferência de passagem era dele e que as vítimas tinham con­­dições de visualizar o veículo do ex-deputado e evitar a colisão. O re­­curso será analisado pelo juiz Da­­niel Surdi de Avelar e pelo Tri­­bu­­nal de Justiça do Paraná. O trâmi­­te deve demorar cerca de 45 dias.

"A estratégia é levar a conhecimento dos desembargadores como os fatos aconteceram", afirma Brzezinski. O advogado diz que se baseou em outro crime de trânsito, ocorrido em Brasília, em que o acusado deveria ir a júri popular, mas a defesa conseguiu reverter a decisão. Se condenado pelo júri popular, Carli Filho poderá pegar uma pena que varia de 12 a 30 anos em regime fechado. Se o caso for julgado pela Vara de Delitos de Trânsito, como pede a defesa, Carli Filho poderá ser condenado a até 4 anos em regime aberto.

O advogado da família dos dois jovens que morreram no acidente, Elias Mattar Assad, acredita que o recurso será repelido. "Ele [Carli Filho] não tem o direito de andar na velocidade em que estava [entre 167 a 172 km por hora, segundo a defesa]. Como era de madrugada, o semáforo estava piscando no amarelo para ambas as ruas, o que significa dizer também que todos deveriam ter atenção", afirma. Assad questiona também a tese de que os jovens poderiam ter visto o carro do ex-deputado. "Eles já tinham passado o cruzamento, tanto que o carro foi atingido por trás. Quem conseguiu avistar o deputado foi um outro motorista, que vinha em seguida e presenciou o acidente."

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