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A defesa do médico Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, assassinado no interior gaúcho no início deste mês, defende a transferência da apuração do caso para outra cidade.

Bernardo foi encontrado morto na semana passada em Frederico Westphalen (a 447 km de Porto Alegre), cidade a 80 km de Três Passos, onde ele morava com o pai. Boldrini, a madrasta Graciele Ugolini e uma assistente social estão presos.

O advogado de Boldrini, Jader Marques, diz que o Código Penal é claro ao estabelecer o lugar da "consumação do crime" como o de competência.

Ele pediu à Justiça de Três Passos que defina em qual cidade a investigação deve permanecer. Antes que isso ocorra, ele não deve pedir a liberação do suspeito.

O advogado disse ainda que, ao contrário do que a polícia divulgou, Boldrini teve uma crise de choro quando soube da morte e quase "avançou" sobre Graciele. Marques quer que policiais sejam ouvidos para esclarecer as circunstâncias do momento da prisão.

Segundo o defensor, Boldrini autorizou a polícia a conferir detalhes de ligações telefônicas com o filho. Os registros mostram que o pai, disse o advogado, comunicava-se com o Bernardo com frequência, às vezes mais de uma ocasião por dia.

Para o advogado, isso contraria a versão muito difundida em Três Passos de que ele era um pai que não dava nenhuma atenção ao filho.

"Ele era absurdamente dedicado ao trabalho. E, por conta disso, pagou o preço familiar."

A delegada responsável pelo caso, Caroline Machado, afirmou discordar do pleito da defesa, mas disse que o advogado está em seu direito.

"Os fatos [que levaram ao assassinato] iniciaram aqui [em Três Passos]", disse. Desde o sumiço de Bernardo, dez dias antes das prisões, um clima de consternação tomou conta de Três Passos. Quando o crime foi revelado, moradores ameaçaram incendiar a casa do médico.

O advogado, porém, afirma que seu pedido não tem relação com a comoção no município, que possui 25 mil habitantes.

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