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crise hídrica no sudeste

Degradação no Paraíba do Sul será tema de documentário

Rio, que sofre maior seca de sua história, abastece 9,4 milhões de pessoas

Em plena crise hídrica, a produtora Juliana de Carvalho decidiu contar a história do Rio Paraíba do Sul, que abastece três estados (Rio, São Paulo e Minas Gerais) e sofre com a maior seca de sua história. A ideia do documentário “O rio azul, a história das águas”, que está começando a ser rodado, é mostrar que o Paraíba do Sul nasce com água pura e limpa, mas, à medida que vai passando pelas cidades, é usado de maneira predatória.

“Não é um filme denúncia. Queremos contar a história de tudo que aconteceu às margens desse rio”, disse Juliana de Carvalho. “Não existe um olhar para esse rio como existe, por exemplo, para o São Francisco. Ninguém canta o Paraíba do Sul. Quero fazer do Paraíba um rio pop. É importante, principalmente nesse momento de crise hídrica, que a gente saiba da importância do Paraíba do Sul”.

Com cerca de 1,1 mil quilômetros de extensão, desde a nascente, na Serra da Bocaina, em São Paulo, até a foz, em Atafona, no Norte Fluminense, o Paraíba do Sul é responsável pelo abastecimento de 9,4 milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio. O sistema é formado por quatro reservatórios: Paraibuna (o maior deles), Santa Branca, Jaguari e Funil.

“Situação dramática”

O roteirista e diretor é Bebeto Abrantes, que comandou as primeiras filmagens do longa durante a festa de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e cuja imagem foi encontrada nas águas do rio, em 1717, por pescadores. A produtora Juliana de Carvalho conta o que a equipe encontrou durante as filmagens:

“Vimos uma situação dramática do rio, que sofre com o desmatamento de suas margens e tem trechos que já não são navegáveis por causa do assoreamento. Mas queremos mostrar que o Paraíba do Sul é um rio estratégico e importante para a economia”.

O documentário trata dos grandes ciclos da economia, como os da cana-de-açúcar, do café e da industrialização, que aconteceram às suas margens ou dentro de sua bacia hidrográfica. Lembra ainda que, não por acaso, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi construída em Volta Redonda, cidade cortada pelo rio.

“Paraíba do Sul, o filme” pretende mostrar personagens, contar histórias e discutir temas da atualidade, como a escassez hídrica e a cultura ribeirinha. A expectativa é que o documentário entre em exibição no segundo semestre de 2016.

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