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Até o fim da tarde desta quarta-feira (7), as 470 delegacias da Polícia Civil do Paraná não haviam recebido o fundo rotativo, verba destinada ao custeio da manutenção dos distritos. Na semana passada, a Gazeta do Povo noticiou que desde setembro as delegacias não recebem os repasses. Segundo a Polícia Civil, o dinheiro foi depositado na terça-feira (6) e deve cair na conta bancária dos distritos na noite desta quarta-feira. "Conforme foi anunciado na semana passada, fizemos o pagamento na terça-feira, mas por conta do trâmite bancário o dinheiro ainda não está disponível às delegacias", disse o chefe do Grupo Financeiro da Polícia Civil, Pedro Reichembak de Brito.

Segundo Brito, foram depositados R$ 8,1 milhões, referentes aos repasses do fundo rotativo dos meses de setembro, outubro e novembro. Todos os 470 distritos policiais devem receber a verba, segundo a Polícia Civil. A expectativa da corporação é de que não haja novos atrasos na disponibilização da verba.

Os R$ 2,7 milhões mensais do fundo destinam-se aos serviços emergenciais e a materiais de expediente e de limpeza de todas as delegacias do estado, à alimentação de 12,5 mil presos recolhidos em 200 unidades do interior e ao combustível das 440 delegacias que não dispõem de postos próprios. Apenas as de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Gua­rapuava possuem bombas próprias para o abastecimento. As delegacias das demais cidades do estado dependem do fundo para abastecer as viaturas em postos conveniados.

Na espera

Nesta quarta-feira, a Gazeta do Povo ouviu delegados de dois distritos policiais e de uma delegacia especializada, que confirmaram que o repasse ainda não havia sido feito. Eles apontam que o atraso de três meses no pagamento do fundo teve impacto direto na rotina das delegacias e chegou a influenciar até mesmo o trabalho de investigação. "Além de cumprir o planejamento interno da unidade, ainda temos que administrar essas questões burocráticas" reclamou um dos delegados. "Aqui [na delegacia] tivemos que economizar até na impressão de cópias, no serviço de cartório, porque os toners acabaram. Se o dinheiro não cair, não sei como vai ser", apontou outro.

Na semana passada, a Gazeta do Povo mostrou que o impacto maior é sentido nas cidades do interior do estado, onde o dinheiro do fundo rotativo também tem que cobrir gastos de abastecimento das viaturas e de alimentação dos presos provisórios. Em um município do Norte do Paraná, o mercado que mantém convênio com a delegacia interrompeu o fornecimento de alimentos e produtos de limpeza, por falta de pagamento. Por conta disso, apenas salsichas eram servidas aos detentos, por causa do custo menor. A situação chegou a gerar uma tentativa de rebelião por parte dos presos.

Uma das delegacias do litoral foi obrigada a suspender operações policiais devido a falta de dinheiro para comprar combustível para abastecer as viaturas. Segundo o delegado, em novembro, as equipes praticamente não foram às ruas para conduzir trabalhos de investigação.

Pela segunda vez

Este foi o segundo atraso superior a dois meses registrado no repasse do fundo rotativo só neste ano. De acordo com nota divulgada no site da Polícia Civil, a demora no depósito foi motivada por uma conferência geral nos procedimentos de repasse. Essa revisão teria sido determinada por um ajuste de condutas com o Tribunal de Contas.

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