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Um veículo conduzido por um delegado da Polícia Civil do Paraná atropelou e matou três pessoas na noite de terça-feira (14), na BR-277, no distrito de São Luiz do Purunã, em Balsa Nova, região metropolitana de Curitiba. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), Marli Camargo, de 30 anos; seu irmão, Mateus Camargo, de 14; e seu filho, Cauã Ferreira, de apenas um ano, haviam desembarcado de um ônibus e tentavam atravessar a rodovia por volta das 20h, quando foram atropelados.

Quem dirigia o veículo era o delegado Benedito Gonçalves Neto, chefe da Comissão de Promoções da Polícia Civil, que estava acompanhado de Sebastião Ramos, delegado da Assessoria de Planejamento Operacional da polícia. Segundo a delegada Valéria Padovani de Souza, do município de Palmeira, na região dos Campos Gerais, que apurará as causas do acidente, os policiais estavam a trabalho, retornando para Curitiba de uma reunião em Guarapuava, na região Central do estado. O veículo, um Renault Clio branco, pertence à polícia.

As vítimas voltavam da cidade de Campo Largo, na região metropolitana, onde Marli havia levado o filho ao médico no domingo (12). No trecho onde o acidente aconteceu não há passarela, nem sinalização adequada, informou uma pessoa próxima da família, que preferiu não ser identificada. Ela ainda disse que o local é muito perigoso para pedestres.

Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a concessionário Caminhos do Paraná, responsável pelo trecho, não informou se há passarelas ou sinalização no local.

Chovia na região no momento do acidente, e o cabo Gerson de Souza Santos, da PRE, acredita que a pouca visibilidade pode ter levado à fatalidade. "Segundo nos relatou o delegado, ele não viu nada, só percebeu quando sentiu o baque", conta. O motorista fez teste de dosagem alcoólica, por meio do qual foi constatado que ele não possuía qualquer teor de álcool no organismo.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Gonçalves está bastante abalado com o acidente e foi encaminhado para um hospital por causa de dores no corpo. Ele teria relatado que não pôde evitar a colisão, pois não viu os pedestres. O delegado não deverá ser afastado das atividades.

Um inquérito será instaurado pela delegada Valéria nos próximos dias. "Como houve mortes, temos que apurar todos os fatos, mas acredito que não houve culpa do motorista", diz. "O atropelamento não foi no acostamento, mas no meio da pista, onde só veículos devem passar", afirma. "Também não houve capotamento, e os corpos das vítimas não atravessaram o pára-brisa, o que significa que a velocidade do veículo não era alta".

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