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Governo estadual

Delegado da PF assume Secretaria de Segurança

José Alberto de Freitas Iegas ocupará o posto deixado pelo procurador de Justiça Cid Vasques, que pediu para abandonar a Sesp na terça-feira

O delegado da Polícia Federal José Alberto de Freitas Iegas foi escolhido o novo secretário estadual de Segurança Pública do Paraná. Ele substitui Cid Vasques, que deixou o cargo na terça-feira, pressionado pelo Ministério Público, que defendia a incompatibilidade da permanência dele no posto. A reportagem apurou que Iegas estava em Foz do Iguaçu, num evento da Polícia Federal, quando recebeu uma ligação de Cid Vasques, convidando para assumir o posto.

Paulista de Presidente Prudente, Iegas trabalhou por muitos anos no Paraná. Começou a carreira na Polícia Federal em Londrina em 1996, e desde então já passou pelas regionais de Guarapuava e Cascavel, até ser nomeado para a maior delegacia do Brasil, a de Foz do Iguaçu, em 2009. Iegas também teve uma passagem por São Paulo, como delegado regional do combate ao crime organizado, participando de grandes operações policiais, como a Castelo de Areia, que investigou empreiteiras. Em 2011, assumiu a superintendência da PF no Paraná – cargo que ocupou até abril de 2013, quando foi promovido a diretor do setor de inteligência da PF em Brasília.

"É um desafio que assumo com responsabilidade e confiança. Conto com o apoio dos policiais paranaenses para fazer um bom trabalho", disse Iegas à Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná. Ele teria mencionado a intenção de manter as equipes de comando das polícias Civil e Militar.

Iegas é o segundo delegado da PF que assume o cargo de secretário estadual de Segurança Pública na gestão Beto Richa. O primeiro foi Reinaldo de Almeida César, substituído por Cid Vasques em setembro de 2012. Iegas se aproxima, na conduta, ao estilo de José Mariano Beltrame, também delegado da Polícia Federal, que desde 2007 conduz com mãos firmes a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Iegas passará a responder pelo trabalho de aproximadamente 16 mil policiais. Em duas entrevistas concedidas à Gazeta do Povo, na época em que atuava no Paraná, Iegas deixou evidente quais são suas estratégias para combater a criminalidade. "É preciso fazer um trabalho de rua e reprimir os pequenos delitos", disse, reforçando que é uma forma indireta de chegar aos grandes criminosos. Com foco operacional, ele defende o trabalho dos policiais em contato com as pessoas, coletando informações que embasam ações mais estratégicas. Iegas alegou que o principal problema no combate ao crime organizado é a corrupção dos agentes públicos.

Saída de Cid Vasques foi precedida de derrota no TJ

Um dia antes de anunciar sua saída da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), o procurador de Justiça Cid Vasques recebeu um revés no Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ-PR). Na segunda-feira, durante a sessão, os desembargadores mantiveram a decisão do Colégio de Procuradores do Ministério Público do Paraná (MP-PR) de não autorizar a licença de Vasques para ser secretário. Com a deliberação, a liminar que autorizava Vasques a permanecer no Executivo Estadual perdeu o efeito.

A decisão é referente ao segundo mandado de segurança impetrado pelo secretário desde setembro, quando iniciou a queda de braço com o MP, devido a proposta de rodízio de policiais no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A medida foi posteriormente revertida pelo governo estadual.

Apesar desta decisão do TJ-PR, há ainda a primeira liminar do caso, que garantiria a licença de Vasques do MP para atuar no governo estadual, caso ele não tivesse pedido para sair da pasta. Mesmo assim, a decisão de segunda-feira aponta para uma tendência de o TJ cassar essa liminar também.

Procurado, o advogado de defesa de Vasques, Rodrigo Xavier Leonardo, afirmou que a decisão da saída de seu cliente da pasta da Segurança Pública não tem relação com a decisão do TJ-PR.

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