• Carregando...

O delegado Marcus Vinícius Michelotto, da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba, deverá encerrar hoje os depoimentos dos 14 presos durante a Operação Medusa III, deflagrada na última quarta-feira com o objetivo de desmontar uma quadrilha que seria responsável pelo cartel que controlava os preços dos combustíveis em Londrina.

"Em relação ao cartel, está fechada a comprovação", assegurou Michelotto antes mesmo de ouvir todos os presos. "Está mais que evidente a cartelização. Agora, vou encaminhar ao Ministério Público de Londrina para ver se ouve mais alguém ou realize novas diligências", antecipou.

Na última sexta-feira, cinco presos foram soltos após o vencimento do mandado de prisão temporária. Segundo o delegado, eles colaboraram com as investigações e vão responder o inquérito em liberdade. Os liberados são Sérgio Góes de Oliveira, 46 anos; Jonatas Cerqueira Leite Filho, 55 anos; Claudir Osmir Bolognesi, 42 anos; José Eduardo Maluf, 36 anos; e Adelton Antonio Fevereiro, 32 anos. Segundo Micheloto, eles alegaram que faziam acordo de preços porque alguns postos operavam com preços muito baixos.

Prisão prorrogada

Outros oito presos tiveram ontem os mandados de prisão prorrogados por mais cinco dias. São eles: Djalma Eugênio Guarda, 52 anos; Djalma Eugênio Guarda Júnior, 26 anos; Itauby Netto José Ramalho Guarda, 30 anos; Mauro Cezar Guarda, 50 anos; Márcio Jiovani Matiazi, 38 anos; Emilio Sergio Santaella, 50 anos; Amauri Peretti Pires Godoy, 51 anos; e Rodrigo Werner Silva, 28 anos. Edson Fernandes Gimenes, 29 anos, não teve o mandado de prisão revogado porque foi preso por porte ilegal de arma – e continua detido em Curitiba.

Os oito que permanecem detidos são considerados pela polícia peças-chave no esquema e ainda devem ser ouvidos nos próximos dias para apuração de outras irregularidades. Além de formação de cartel, eles são investigados pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documentos, estelionato, corrupção ativa e passiva, crime contra as relações de consumo e crimes contra a ordem tributária.

Michelotto, no entanto, não descarta a possibilidade de que todos eles sejam soltos antes do término dos trabalhos. "Não posso mantê-los presos sem terminar as investigações. O objetivo da polícia é que seja instaurada uma boa ação penal. Cabe aos órgãos locais coibir a continuidade dos crimes", disse o delegado.

"A minha parte do imposto foi recolhida"

Um dos cinco donos de postos que foram liberados pela polícia na última sexta-feira conversou com a reportagem do JL sob a condição de permanecer o nome em sigilo. Ele negou a prática do alinhamento dos preços dos combustíveis em Londrina e justificou a equiparação dos valores como forma de manter a concorrência. "Há mais quatro postos nesta mesma rua. Se eu fizer uma promoção muito grande e os outros quatro não me acompanharem, vou vender pelos outros quatro, que vão ter que fechar as portas."

Ele reclamou da forma como foi divulgada a prisão dos 15 acusados e cobrou retratação. "Estou respondendo apenas pelo crime de cartel, mas as prisões foram generalizadas. Perante a sociedade, sou suspeito por todos os crimes investigados. Agora que os processos foram divididos, deveria ser feita uma retratação", avaliou.

OilPetro

Sobre as investigações contra a distribuidora OilPetro, o comerciante declarou nunca ter desconfiado da idoneidade da empresa e que até a prisão dos proprietários, considerava a distribuidora a mais idônea da região. Ele declarou, no entanto, que recolhe devidamente seus impostos e que está em dia com a Receita Estadual. "A minha parte do imposto foi recolhida. Se ela [OilPetro] tem algum problema em relação ao Estado, eu não sei."

O comerciante também negou que os preços dos combustíveis deverão baixar após a prisão dos acusados de envolvimento no esquema conforme previram as autoridades que atuaram na Operação Medusa III. "A tendência é o preço do álcool aumentar por causa da entressafra. A gasolina também deve acompanhar, mas o reflexo do aumento do preço do álcool vai mais longe."

Fale com a repórter, mande um e-mail para o JL

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]