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Saúde

Dengue cresce no PR e cidade recordista não controla foco

Em 45 dias de 2007, estado registrou quase metade das notificações feitas no ano passado

Foz do Iguaçu – Em menos de dois meses, o Paraná já tem quase a metade do número de casos de dengue registrados em todo o ano de 2005. Até o final da semana passada, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) tinha contabilizado 564 casos em todo o Paraná, sendo 457 autóctones e 107 importados. Em 2006, foram 1.100 notificações. Segundo a Sesa, o aumento da dengue no estado estava previsto desde 2003, com base nas condições climáticas, nas adaptações biológicas do vetor e no ciclo sazonal da doença, que tende a aumentar e diminuir em determinados períodos.

Ubiratã, no Noroeste do estado, Santa Helena e Foz do Iguaçu, no Sudoeste, são os três municípios com mais vítimas da doença. Dados da Sesa mostram 259 casos em Ubiratã, 109 em Santa Helena e 41 em Foz do Iguaçu.

A situação mais preocupante é a de Ubiratã, onde a Secretaria Municipal de Saúde começou a registrar casos no início de dezembro. Os números são diferentes da Sesa: 185 confirmações e 575 casos suspeitos.

A cidade de 20 mil habitantes concentra 80% das ocorrências da doença em apenas um bairro. A Vila Recife, com 2 mil moradores, sofre com a falta de saneamento básico. Parte das residências está localizada às margens de um rio poluído que corta a cidade, serve como depósito de entulhos e recebe esgoto doméstico clandestino. "Já reclamamos diversas vezes na prefeitura, mas ninguém toma providência", reclama Giovane Lopes, eletricista de 29 anos. Na opinião dele, o lixo depositado no rio e a água parada ajudam na proliferação da doença.

A secretaria municipal organizou uma força-tarefa para tentar eliminar o foco do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Além da pulverização do fumacê, 12 agentes e funcionários da prefeitura promovem semanalmente mutirões de limpeza para retirada de entulhos das residências. "Mesmo assim não conseguimos eliminar o mosquito. Há alguma coisa subterrânea que está armazenando o foco", aposta o secretário municipal de Saúde, Edmund Behrend.

Sem resultados positivos depois de quatro arrastões realizados na cidade, Behrend apela para a colaboração da população. "Se não houver conscientização, os números irão aumentar ainda mais", diz. De acordo com Behrend, todas as orientações do Ministério da Saúde foram seguidas. Para o secretário, o tráfego intenso de caminhões na rodovia e na cidade, rota para o Paraguai e Mato Grosso do Sul, onde há registros da doença, pode ter contribuído para a proliferação da dengue.

Em Foz do Iguaçu, só na semana passada foram registrados 26 novos casos. A cidade já acumula 41 notificações. O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, André Leandro de Sousa, diz que os agentes estão aplicando inseticida, passando o carro fumacê e indo às residências para orientar a população. Para Sousa, a doença está sob controle em Foz se comparada a outros municípios. "Há um acréscimo em relação ao ano passado, mas nada que nos leve ao desespero", diz. De acordo com o Setor de Epidemiologia de Foz, no mesmo período do ano passado havia seis casos de dengue na cidade. Em 2007, são 41.

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