Foz do Iguaçu seguindo tendência nacional, no paraná, municípios com menos de 100 mil habitantes concentram a maioria dos casos de dengue e apresentam os maiores índices de incidência da doença, que faz vítimas em 146 cidades do estado. Conforme o último boletim da Secretaria de Estado da Saúde, das 23.929 pessoas que adquiriram dengue no estado este ano, 14.181 (60%) vivem em cidades de porte médio e pequeno, que nem sempre têm médicos capacitados e estrutura para combater a doença.
As cidades com menos de 100 mil habitantes com maior número de casos são Umuarama (1.610), Ubiratã (1.413) e Paiçandu (1.061). Entre as cidades maiores, a campeã é Maringá com 5.465 casos, seguida de Foz do Iguaçu, com 3.037 e Londrina, 723. Mas, quando se trata de incidência, Doutor Camargo aparece em primeiro lugar, com 8.071,67 registros a cada 100 mil habitantes, seguido de Ubiratã, com 7.546,08, e São Jorge do Ivaí, 7041,98.
A estrutura de combate à dengue no Paraná vem sendo colocada em xeque. No último domingo, o programa Fantástico, da TV Globo, exibido no Paraná pela RPC, questionou o atendimento de pacientes com dengue, evidenciando a falta de infra-estrutura de hospitais e postos, além do despreparo dos médicos para diagnosticar a doença. A matéria apontou Florestópolis, no Norte, entre as cidades com maior incidência da doença no estado entre dia 15 de setembro e 15 de outubro, informação contestada pela Sesa. Conforme a secretaria, nesse período Florestópolis teve 31 casos notificados e apenas um confirmado.
A situação no Paraná, que registrou até o mês passado 24.838 casos, incluindo os contraídos em outros estados, é parecida com o panorama brasileiro. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil os municípios com menos de 100 mil habitantes concentram 43% dos casos de dengue, considerando casos de janeiro a setembro deste ano. Para o diretor de Gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério, Fabiano Pimenta, essa condição aponta a necessidade de os gestores da saúde elaborarem planos integrados e parcerias.
No Paraná, a Sesa reconhece a necessidade de treinar profissionais para aprimorar o atendimento ao paciente com dengue. A coordenadora do Programa de Combate à Dengue da Sesa, Márcia Altenucci, diz que o estado vem investindo na capacitação de médicos e enfermeiros com palestras nas regionais de saúde proferidas por especialistas ligados ao Ministério da Saúde. Um evento já foi realizado em Foz do Iguaçu semana passada e hoje será promovido outro em Londrina. No dia 21, a palestra está agendada para Maringá. Márcia também alega que o tratamento da Sesa dispensado aos municípios do Paraná, independente do porte, é semelhante. Dia 24 será o Dia Nacional de Combate à Dengue, com ações para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença, Aedes aegypti.



