Brasília Os deputados já estão em campanha na Câmara para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Para o cargo mais cobiçado no Congresso neste fim de mandato, o nomeado terá direito a um "emprego" vitalício com salário mensal de R$ 23.275, maior do que os R$ 12.847 pagos aos parlamentares. Além disso, o salário é atrelado ao do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) 95% do valor o que significa garantia de que os vencimentos não ficarão defasados.
Até agora, oito candidatos já foram indicados por partidos políticos, mas o prazo estabelecido pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), para o registro de candidaturas vai até o dia 21 de novembro. O PT indicou ontem o deputado Paulo Delgado (PT-MG) para concorrer à vaga. "É uma candidatura de muita qualidade que oferecemos ao Parlamento. Ele tem um trânsito bom na Casa e respeitabilidade", afirmou o líder do PT, Henrique Fontana (RS). O líder disse que o partido agora vai buscar apoio para o seu candidato.
O PFL formalizou o nome do deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA); o PSDB indicou o deputado Gonzaga Mota (PSDB-CE); o PTB, Antônio Fleury Filho (PTB-SP); o PMDB, Osmar Serraglio (PMDB-PR); o PDT, Ademir Camilo (MG), o PSB, o ex-deputado José Antônio Almeida (MA) e o PSC indicou o secretário-geral da Mesa, Mozart Viana. Considerado um funcionário exemplar da Câmara, com mais de 30 anos de trabalho na Casa, Mozart deverá receber também o apoio formal do PSol.
Dos deputados que entraram na disputa até agora, apenas Serraglio e Camilo conseguiram se reeleger em outubro.
Almeida, ex-deputado tentou voltar à Câmara nesta eleição, mas não conseguiu. Para chegar à indicação, grande parte dos deputados precisou passar por eleições internas em suas bancadas por causa do grande interesse de parlamentares de um mesmo partido em ocupar a vaga. A Câmara e o Senado se revezam na indicação de dois terços dos nove ministros do TCU. Cabe ao presidente da República, de acordo com a Constituição, indicar um terço dessa composição.
Eleição
Rebelo não marcou ainda a data da eleição, que deve acontecer no final do mês ou no início de dezembro. A escolha é secreta com votação em cédulas. Vence o que tiver o maior número de votos em votação de apenas um turno.
Atualmente há duas vagas no tribunal a serem preenchidas. Para uma delas, o Senado aprovou o nome do senador Luiz Otávio (PMDB-PA), candidato à reeleição derrotado em outubro, mas a indicação não foi votada ainda pela Câmara. O nome do senador, acusado por suposta fraude em financiamento no Banco do Brasil, provocou uma reação negativa no TCU e o então presidente do tribunal Adílson Mota chegou a declarar que não daria posse ao indicado.



