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Educação

Desenho animado se torna arma contra a violência

Material produzido por mexicana começa a ser usado no interior do estado para estimular a boa convivência entre crianças

Episódios tratam de problemas de comportamento,  como bater nos colegas e jogar videogame o tempo todo | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Episódios tratam de problemas de comportamento, como bater nos colegas e jogar videogame o tempo todo (Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina)

Havia uma menina que sempre falava gritando, fazia uma algazarra sem fim. Isso acontecia na escola, em sala de aula ou ainda durante o lanche, no recreio. Se pedissem que ela se calasse, o silêncio durava só alguns minutos. No enredo, que integra uma animação trabalhada com crianças, o incômodo causado pela personagem se torna um desafio para a "Super Di". O aparecimento da heroína infantil na tela é a oportunidade para que professores discutam com os alunos o comportamento apresentado e alternativas para um bom convívio social.

Vídeo: Confira o vídeo educativo

A proposta faz parte do projeto "Desenhos Animados Educativos", desenvolvido em Londrina por meio de uma par­ceria entre a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e o projeto social Galera de Deus Escola de Valores. Pre­mia­dos internacionalmente, os episódios foram criados pe­la pesquisadora mexica­na Marie Leiner; pela Texas Tech University Health Sciences, dos Estados Unidos; por El Co­legio de Chihuahua; e pela Universidad Autonoma de Cuidad Juarez, ambos do Mé­xi­co. As produções começaram a ser usadas em abril com crianças atendidas em cen­tros municipais de educação infantil de Londrina e em atividades do próprio Galera de Deus.

De acordo com a psicólo­ga Maria Luiza Marinho Casa­nova, professora da UEL, o objetivo é prevenir problemas de comportamento. "Os desenhos têm um ‘pé’ de realidade. Não são como os outros. Não têm coisas mágicas, mas consequên­cias para o que a criança faz", explica.

Os episódios, desenvolvidos originalmente em inglês e espanhol, passaram por um processo de edição, adaptação e dublagem para o português. As ações foram feitas pela UEL, que também obteve financiamento do Ministério da Educação para a produção de cópias e distribuição para educadores. A tiragem inclui mil livros e mil DVDs. Cerca de R$ 50 mil foram investidos na iniciativa.

O projeto conta com 20 episódios que tratam de problemas como bater nos colegas e jogar videogames o tempo todo. Após a história, há um intervalo para que o educador extraia das crianças sugestões para resolver a questão. "Ao final, elas veem como é importante serem corretas e os benefícios que isso pode trazer, como ter mais amigos e sentir orgulho de si mesmas", diz Maria Luiza.

Ferramenta para discutir valores

Aluna da Escola Municipal Roberto Pereira Panico, em Londrina, Maria Fernanda de Freitas, 5 anos, se diverte com os personagens dos desenhos animados educativos apresentados para a turma. Em uma das histórias, o menino desobediente não parava de falar e, por não prestar atenção no que a professora dizia, perdeu a hora do lanche e um passeio no zoológico. O jeito foi ter paciência para conseguir acompanhar os demais. "Gostei de ver como ele obedeceu no final", comenta a menina.

Para a professora Aline Guilherme Maciel, as animações são uma ferramenta para trabalhar no dia a dia questões com as quais o educador não costuma ter material concreto para lidar. Os alunos gostam tanto que pedem para que a produção seja repetida antes de refletirem sobre o que viram e apontar soluções. "O professor fala muito sobre valores, mas nem sempre tem como mostrar exemplos para os alunos. Os episódios facilitam bastante esse processo", afirma.

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