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O crescente número de roubos e furtos de computadores e equipamentos de informática em Curitiba chegou a uma marca significativa e preocupante para a polícia: a cada semana, pelo menos um escritório ou empresa é vítima dos ladrões. Em apenas cinco casos registrados neste mês, 51 microcomputadores e 12 equipamentos foram furtados em quatro endereços. Boa parte desse material tem um destino certo: desmanches de aparelhos de informática.

"De um tempo para cá esse tipo de crime aumentou consideravelmente", diz o delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Todos os bairros da capital estão vulneráveis. Nem prédios públicos escapam da ação dos bandidos. Por volta das 22 horas da última quinta-feira, as portas do Centro de Informação e Documentação Técnica da Secretaria Estadual da Educação, no bairro Água Verde, foram arrombadas. Sete micros e uma impressora foram furtados sem que os vigilantes percebessem.

A maioria dos casos investigados pela DFR, no entanto, acontece durante a madrugada em bairros como Lindóia, Hugo Lange, CIC, Alto da Glória e Portão. Grupos com até quatro pessoas arrombam portas e portões e carregam os computadores. A ação costuma ser muito rápida. "Em 1 minuto e 10 segundos, eles já tinham levado o que queriam. Nosso sistema interno registrou tudo", conta a empresária Vanessa Mello, que teve sua loja de equipamentos médicos, no Alto da Glória, arrombada duas vezes em menos de três meses. No total, foram levados quatro CPUs, quatro monitores LCD, cinco notebooks e um datashow – prejuízo estimado em R$ 40 mil.

Já o empresário Marcelo Ricardo Pereira Silva teve sua empresa de informática, no Hugo Lange, arrombada duas vezes em um intervalo de 13 dias neste mês. "Eles vieram pegar o que não conseguiram levar na primeira vez", diz. Nas duas investidas, os ladrões furtaram 20 CPUs, 6 notebooks e 5 telas LCD, o que gerou um prejuízo aproximado de R$ 100 mil. "É uma coisa traumatizante. Você não consegue dormir direito", afirma Marcelo. "É um sentimento de total impotência. Você tenta se proteger, mas evitar você não evita", lamenta Vanessa.

Nos dois casos, o reforço da segurança não foi suficiente para evitar a ação dos bandidos. "Tem sido difícil dar orientações de segurança porque até empresas com vigilantes e monitoramento têm sido roubadas", comenta Recalcatti. Depois que as máquinas chegam aos desmanches, elas são desmontadas e novos equipamentos são formados e comercializados por preços inferiores aos de mercado. "Infelizmente, é muito difícil o proprietário recuperar um computador roubado. É difícil identificar qual é a máquina dele porque o produto é descaracterizado", afirma o consultor de informática Paulo Francisco de Carvalho.

Peças avulsas também são vendidas a pessoas comuns, empresas e lojas de informática – ou até em leilões virtuais. A polícia tem pistas de que computadores são encaminhados para Santa Catarina. "Outro problema para as vítimas é que toda a informação da empresa está nas máquinas. A impressão que dá é que deve existir algum esquema por trás disso tudo que tem incentivado a prática do crime", conclui o delegado.

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