Rio de Janeiro - A proporção de crianças desnutridas no Brasil teve redução expressiva em 35 anos, de acordo com a análise nutricional dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última sexta-feira. Essa proporção é medida pelo déficit de altura dos 5 aos 9 anos de idade. Entre meninos, o porcentual, que era de 29% no meio da década de 70, caiu para 7% no fim da década passada. Para as meninas, essa variação foi de 27% para 6%.
O problema ainda é mais grave entre os brasileiros que se encontram entre os 20% mais pobres do país, mas, mesmo nesse grupo, a redução foi significativa, tendo passado de 50% para 11%.
Segundo o IBGE, o avanço é explicado pela melhoria no poder aquisitivo das famílias de baixa renda, na escolaridade das mães e na ampliação de serviços de saúde e saneamento. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lembrou ainda as campanhas de incentivo à amamentação como fator que contribuiu para a queda da desnutrição.
Temporão destacou também outro aspecto: já não há diferença na estatura de crianças do Nordeste em relação ao Sudeste. Entre as crianças de zero a 5 anos recorte para o qual não há dados de anos anteriores , 6% tinham altura menor do que a esperada para sua idade, o que indica desnutrição.
No Nordeste, esse porcentual era de 5,9%, e no Sudeste ficava em 6,1%. A situação ainda é destoante, no entanto, na Região Norte (8,5%). Também não há uma diferença significativa entre os meios urbano e rural. Em ambos os casos, o porcentual de crianças com déficit de altura era de 6%.



