Dia de limpar a lama

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Domingo foi dia de trabalho e limpeza para moradores e comerciantes que tiveram casas e lojas alagadas no fiM de semana em Almirante Tamandaré, Campo Magro, Colombo e Campina Gran­­de do Sul, na região metropolitana de Curitiba (RMC). Ontem, o sol forte colaborou com aqueles que viram a água subir rapidamente e estragar móveis e mercadorias devido a chuva intensa. Pelo menos 512 pessoas da RMC ainda não puderam voltar para suas casas e continuam abrigadas em alojamentos públicos ou na residência de parentes.

Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, o volume de água que caiu em 12 horas na região norte da capital, da noite de sexta-feira à madrugada de sábado, foi um terço da média climatológica de chuva esperada para todo o mês de janeiro. O fenômeno foi o mesmo que alagou municípios do interior do estado. Uma linha de chuvas se formou do norte de Curitiba até a região de Jaguariaíva. "A condição atmosférica não permitiu o deslocamento das áreas de instabilidade", explica o meteorologista Samuel Braun. A previsão para os próximos dias é de pancadas de chuva isoladas para toda a região.

Emergência

Almirante Tamandaré foi o município mais afetado da região, levando a prefeitura a decretar estado de emergência. De acordo com a Defesa Civil do Paraná, cerca de mil pessoas foram afetadas pela enchente e 192 estão desabrigadas - 360 casas foram danificadas e duas destruídas.

O centro da cidade chegou a ficar ilhado depois que as principais ruas de acesso e o terminal de ônibus ficaram abaixo d’água. As marcas mostram que o alagamento atingiu cerca de um metro de altura. Marcos Antonio Fernandes estava dentro de seu restaurante, por volta das 21 horas de sexta-feira, quando a água começou a subir. "Pegou a gente de surpresa. Nunca tinha atingido esse nível. Foi muito rápido. Salvamos o que podíamos." O nível da água baixou no final da tarde de sábado, quando alguns comerciantes iniciaram um mutirão que se estendeu até ontem para limpar o estrago.