Rio de Janeiro - O secretário de Administração Penitenciária do Rio, César Rubens Monteiro de Carvalho, afirmou que o diretor do presídio de segurança máxima Bangu 3, tenente-coronel José Roberto do Amaral Lourenço, 41 anos, morto a tiros na quinta-feira, abriu mão da escolta e do carro blindado a que tinha direito há cerca de duas semanas.
Lourenço teve o carro metralhado quando passava de carro na Avenida Brasil, uma das mais movimentadas da cidade. O carro ficou com cerca de 60 marcas de tiros. "Foi algo que ele decidiu, as pessoas podem decidir por isso, afirmou o secretário. As declarações foram criticadas pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que pretende convocar o secretário para prestar esclarecimentos. "Por que ele não quis a proteção a que o estado deveria obrigá-lo? Qual a situação dos demais diretores?" questionou.
Um dos grupos suspeitos do atentado é de traficantes da facção criminosa Comando Vermelho que cumprem pena em Bangu 3. A única informação revelada pelo comandante-geral da Polícia Militar, Gílson Pitta, foi que os assassinos fugiram para uma favela da Zona Oeste. Pela manhã, a PM fez uma incursão na Favela Vila Vintém, mas ninguém foi preso.
Lourenço era ameaçado desde 2004, por causa da rebelião na Casa de Custódia de Benfica, onde 30 detentos morreram. Transferido para Bangu 3, enfrentou em 2005 uma greve de fome dos presos, em protesto contra revistas íntimas e maus-tratos.
Sem punição
Lourenço foi o sétimo dirigente de penitenciária morto nos últimos oito anos no Rio. Os assassinos permanecem desconhecidos. O Tribunal de Justiça do Rio confirmou que até agora ninguém foi julgado pela morte dos diretores. O corpo do diretor foi enterrado ontem no Cemitério Jardim da Saudade, zona Oeste do Rio. A Polícia Federal deverá entrar nas investigações sobre o caso. Ontem, o ministro Tarso Genro (Justiça) classificou o crime como um "desafio duríssimo ao Estado".
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