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Prudentópolis – O diretor de uma escola estadual, de 38 anos, está preso numa cela individual da delegacia de Polícia Civil de Prudentópolis (Sul do estado), acusado de abusar sexualmente de sete alunas, com idade entre 10 e 12 anos. O educador, cujo nome não será revelado por questões de segurança, ocupava a direção da Escola Estadual Bispo Dom José Martenetz, em Tijuco Preto, zona rural do município. O abuso estaria ocorrendo na sala da diretoria há cerca de três anos e só foi denunciado no início deste mês. O acusado nega e diz que está sendo vítima de uma "conspiração".

O diretor foi preso na tarde da última segunda-feira na Escola Estadual Tiradentes, onde é professor, pelo delegado Ricardo de Miranda Monteiro, por força de um mandado de prisão temporária – válida por 30 dias – pelos crimes de corrupção de menores (1 a 4 anos de prisão) e atentado violento ao pudor (6 a 10 anos). Conforme o delegado, se condenado, o acusado pode ter a pena agravada porque exercia cargo de autoridade sobre as vítimas.

Uma delas, de 14 anos, está na 8.ª série e sofreu abusos desde a 5.ª série. "Ele me chamava na diretoria, sentava perto de mim e começava a passar a mão na minha perna e na minha barriga, dizia que eu era bonita e que estava na hora de namorar", relata. A mãe de uma ex-aluna dizia que a filha voltava irritada da escola e até abandonou os estudos.

A denúncia veio à tona numa reunião realizada no dia 15 de dezembro do ano passado, quando professores e pais de alunos ficaram frente a frente com o diretor e disseram que estavam recebendo queixas de abuso sexual. A reunião não foi descrita em ata, mas foi gravada num CD, que foi encaminhado à Patrulha Escolar da Polícia Militar, junto com cartas escritas pelas próprias denunciantes.

Conforme o delegado, o acusado pede desculpas aos pais dos alunos, mas solicita que o caso não seja levado à polícia. No último dia 3, com as provas em mãos, os policiais militares procuraram o Ministério Público.

O acusado, que é casado e tem um filho adolescente, não quis dar entrevista. O advogado de defesa, Fabrício Thome, afirmou que o seu cliente é inocente. "Não posso adiantar se é uma conspiração de ordem política ou administrativa", observou, acrescentando que o diretor estava bastante abatido quando conversou com ele na cadeia. Em 2000, quando era professor de uma escola na cidade vizinha de Guamiranga, o diretor foi acusado pelo mesmo crime. Conforme Thome, o processo não foi adiante por falta de provas.

A Secretaria de Estado da Educação informou que o acusado é funcionário público desde 1992 e foi eleito e reeleito pela comunidade de Tijuco Preto para o cargo de diretor da escola. A assessoria de comunicação confirmou ainda que não consta no banco de dados que ele tenha dado aulas na rede estadual de Guamiranga e que desconhecia a denúncia anterior.

Apesar da reunião entre professores ter ocorrido em dezembro do ano passado, o Núcleo Regional de Educação de Irati, segundo a secretaria, tomou conhecimento da denúncia somente na semana passada e que abriu, imediatamente, processo administrativo para apurar a situação, que pode culminar na exoneração do acusado.

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