
A comunidade rural de Floresta, que pertence a Morretes, ficou totalmente isolada por causa das chuvas por cerca de 24 horas, quando o Corpo de Bombeiros começou a fazer, neste sábado, o resgate com quatro helicópteros, o único meio de transporte que tinha acesso à região. A notícia de que a comunidade estava isolada chegou na sexta, alguns bombeiros foram ao local por trilhas, contudo acabaram isolados também por causa das fortes chuvas. O local fica no quilômetro 18 da BR-277: a maior parte das casas da vila, são 40 ao todo, foi levada pela força da enxurrada e até o Posto de Saúde do local foi destruído.
Os sobreviventes contaram que só não foram atingidos pelos deslizamentos porque ficaram juntos em um criadouro de cabritos, localizado em um ponto isolado da comunidade. Ali eles esperaram por socorro e ficaram sem comer à noite toda. Às 14h30 de sábado, 56 pessoas, principalmente crianças e mulheres, já haviam sido resgatadas. Ficaram no local 65.
A moradora Edileuza Maria dos Santos, de 46 anos, contou que já houve enchentes no local, mas nunca alagamentos e quedas em morros nestas proporções. "Eu tinha casa às 14h10 e às 14h20 eu não tinha mais", conta. Segundo a moradora, o local ficou irreconhecível após a chuva. Uma das primeiras a ser resgatada foi Maria Ermelina Alvez, de 68 anos. Ela estava visitando a filha, que mora na comunidade. Maria contou que choveu durante toda a última sexta-feira e houve muitos deslizamentos de terra, que arrastaram árvores. Ivanilde Xavier de Almeida, de 31 anos, disse que teve de se agarrar a um botijão de gás para não ser levada pela força da água.
A primeira tentativa de resgate aos moradores de Floresta ocorreu por terra: os bombeiros tentaram chegar ao local por meio de uma trilha, mas após 600 metros de caminhada tiveram que interromper os trabalhos por conta das fortes chuvas. Há ainda a tentativa de se chegar até as vilas do Morro Inglês e de Santa Cruz. Pelo menos 20 pessoas estariam isoladas.
Morretes
Os bombeiros ainda realizam buscas por pessoas que estariam desaparecidas em Morretes e Antonina. "Casas ficaram com água até o telhado, bombeiros perderam viaturas e muitas residências foram destruídas", explica o comandante Taylor Machado, do Corpo de Bombeiros das duas cidades. Postes de iluminação e casas foram completamente arrastados pela enxurrada. O Colégio Estadual Rocha Pombo, que fica no Centro de Morretes, chegou a abrigar mais de 600 pessoas.



