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Camila Pitanga na pele de Bebel | Arquivo Gazeta do Povo
Camila Pitanga na pele de Bebel| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O promotor de Justiça Marcelo Briso Machado, de Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, vai oferecer denúncia contra Ângela Ferraz da Silva, 22 anos, e Weryckson Ricardo de Pontes, 19. Os dois são acusados de envolvimento na morte da universitária Ana Cláudia Caron, em 22 de agosto deste ano. A decisão foi tomada no início da tarde desta quarta-feira (19), após audiência no fórum de Almirante Tamandaré.

Até esta quarta-feira, havia uma representação (o equivalente a uma denúncia) apenas para os adolescentes, que respondiam por ato infracional, após confessarem participação na morte da estudante universitária.

De acordo com o promotor Machado, o réu Weryckson Ricardo de Pontes, 19, foi denunciado por participação nos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver. Já Ângela Ferraz da Silva, 22, foi denunciada por prática do crime de receptação.

Segundo a juíza Josiane Ferreira Machado Lima, que responde pela Vara da Infância e da Juventude e pela Vara Criminal do município, depois que ela receber a denúncia contra os dois acusados serão marcadas audiências para ouvir outras testemunhas de defesa e de acusação.

"O promotor vai me encaminhar a denúncia ainda hoje (quarta-feira). Depois vamos marcar novas audiências. Quando os réus estão presos o processo vai mais rápido, não podemos deixar as pessoas presas sem julgamento", afirmou a juíza Josiane.

Segredo de Justiça

Sobre os adolescentes, a juíza afirmou que o inquérito corre em segredo de Justiça, por isso não revelou mais dados sobre o que foi falado na audiência desta quarta-feira. A sessão começou às 10 horas e terminou por volta das 13 horas.

Foram ouvidas nove testemunhas, de defesa e acusação, dos dois adolescentes envolvidos no caso. Um rapaz de 15 anos e outro de 18, mas que na época do crime tinha 17 anos. O jovem passou a ter maioridade penal quatro dias após a morte da estudante, desta forma é julgado ainda como adolescente. O caso trouxe à tona novamente a polêmica sobre a redução da idade penal.

Durante a audiência desta quarta-feira, o jovem de 18 anos pediu para ser ouvido pela segunda vez pela juíza Josiane Ferreira Machado Lima. Com base nos dois inquéritos policiais, um para os maiores de idade e outro para os adolescentes (são quatro detidos suspeitos de envolvimento na morte da universitária), o promotor decidiu denunciar os dois maiores pelo crime.

"Estamos tratando de um processo que se constrói em detalhes. Toda a informação a mais vai ter influência maior ou menor no processo dos imputáveis (maiores de idade)", afirmou o promotor Machado, em entrevista à Rádio CBN.

De acordo com o promotor, a sentença para os dois adolescentes deve sair provavelmente entre 10 a 15 dias. "São dois inquéritos, mas é um fato só, o mesmo crime", definiu o promotor. Na audiência desta quarta-feira foram ouvidas três testemunhas de defesa de cada adolescente e outras três de acusação, que foram convocadas pelo Ministério Público.

Histórico

No dia 29 de agosto, os adolescentes foram ouvidos pela mesma juíza. Eles apresentaram versões diferentes e deixaram muitas dúvidas no depoimento. O mais velho teria envolvido o suposto traficante Weryckson Ricardo de Pontes, de 19 anos, no crime. Até então, Pontes era acusado apenas de guardar a arma usada para atirar na universitária.

Os rapazes estão sendo processados dentro das regras do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por latrocínio, estupro, atentado violento ao pudor e ocultação de cadáver. Se fossem maiores de idade, o crime hediondo poderia lhes render penas entre 27 e 53 anos. Mas como eles são adolescentes, o ECA prevê a internação de três anos.

Ana Cláudia Caron tinha 18 anos era estudante de Educação Física na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela foi seqüestrada na noite do dia 21 de agosto deste ano, quando estacionava o seu carro próximo a uma academia de artes marciais que freqüentava, na Rua Paula Gomes, no bairro São Francisco, em Curitiba. O corpo dela foi encontrado dois dias depois sem roupas, com um tiro na boca e queimado em um matagal em Almirante Tamandaré.

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