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Os sobreviventes se refugiaram nas pedras e foram resgatados com a ajuda de lanchas e helicópteros | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Os sobreviventes se refugiaram nas pedras e foram resgatados com a ajuda de lanchas e helicópteros| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Parque

Há 12 anos, 7 morreram no lado brasileiro

Este não foi o primeiro acidente envolvendo embarcações turísticas nas Cataratas do Iguaçu. Em setembro de 1999, um piloto e seis turistas estrangeiros – portugueses, chilenos e franceses – morreram no lado brasileiro do Parque Nacional do Iguaçu em uma colisão entre dois barcos, um com capacidade para dez ocupantes e outro para 25, que estava lotado.

O passeio no Brasil ficou suspenso por 117 dias e a tragédia foi considerada a maior já ocorrida no parque.

Em 2007, outro acidente, também no lado brasileiro, deixou quatro feridos. Três turistas chineses e o copiloto do barco foram encaminhados para hospitais em Foz do Iguaçu, mas saíram ilesos. A embarcação, da concessionária Macuco Safári, virou quando o piloto fez uma manobra em uma corredeira. Outros 13 turistas que estavam no barco nada sofreram.

Os passeios de barcos são um dos maiores atrativos das Cataratas, tanto no lado argentino quanto no brasileiro. Ambos os serviços são prestados por empresas concessionárias e seguem regras da Marinha de cada país. Os barcos de borracha navegam pelo Rio Iguaçu e chegam próximo às principais quedas da água.

Dois turistas norte-americanos morreram ontem no Parque Nacional del Iguazú, na Argen­tina, durante um passeio de barco nas Cataratas do Iguaçu. Laura Evert, 28 anos, e Philip Musgrove, 70 anos, contemplavam as quedas da água quando a embarcação, onde estavam com mais oito pessoas, incluindo três tripulantes, virou. Cinco passageiros e o piloto do barco ficaram feridos, mas passam bem. O acidente ocorreu por volta das 11 horas, próximo ao Salto San Martín, o segundo maior das Cataratas, depois da Garganta do Diabo, onde há grande concentração de pedras. No momento do acidente o barco fazia o percurso de rotina do passeio no Rio Iguaçu, que leva os turistas próximos aos saltos da água. O tempo no parque era bom com sol e a vazão das Cataratas estava em 900 metros cúbicos por segundo, abaixo da média normal de 1.200 m3/s. As causas do acidente ainda são desconhecidas, mas a suspeita é de que o barco tenha se chocado com pedras.

Lanchas, barcos e botes argentinos e dois helicópteros de uma empresa brasileira foram usados no resgate. Os sobreviventes aguardaram o socorro em cima de pedras.

Os cinco turistas feridos, dois norte-americanos, uma colombiana e dois alemães foram encaminhados para o Hospital Marta Schwarz, em Puerto Iguazú, cidade vizinha a Foz do Iguaçu, onde fica o Parque Nacional. Entre eles um familiar de Laura, Robert Evers, 27 anos. Todos tinham lesões leves e pelo menos três deixaram o hospital ontem. Os outros feridos são a colombiana Jeovani Medaglia, 28 anos, Elinor Schwartz, 63 anos, dos EUA, Andrea Laenger, 35 anos, e Markus Günter, 44 anos, ambos da Alemanha.

Segundo a imprensa argentina, Musgruve sofreu traumatismo craniano e Laura morreu por afogamento. Ainda estavam no barco o copiloto e um fotógrafo que trabalha para a empresa responsável pelo passeio. Ambos saíram ilesos do acidente.

O piloto da embarcação, Mário Aguirre, 42 anos, foi atendido inicialmente no Hospital Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, com suspeita de complicações cardíacas, tese que acabou descartada. Em seguida, Aguirre foi levado ao Hospital Municipal para tratar de uma fratura no braço. Ele deixou o hospital no fim da tarde.

Causas

A investigação do acidente está a cargo da Prefeitura Naval de Puer­to Iguazú, órgão que regulamenta as atividades de embarcações no lado argentino. O chefe da pre­feitura, Jorge Daniel Verón, disse que até ontem não havia informações precisas sobre as causas do acidente. O barco estava habilitado para o passeio e todos os passageiros usavam colete salva-vidas. "É confuso saber o que se passou", diz.

O procedimento de investigação, segundo Verón, já foi iniciado e hoje serão ouvidos o piloto e os turistas que sobreviveram à tragédia. A embarcação será submetida à perícia. O passeio de barco nas Cataratas argentina é terceirizado e feito pela empresa Iguazú Jungle Explorer. No lado brasileiro há um passeio semelhante que faz um percurso parecido, no entanto, parte do lado brasileiro.

Logo após o acidente, os passeios de barco no lado argentino foram suspensos por tempo indeterminado. Já no Brasil, o passeio, cujo nome é Macuco Safári, continuará sendo oferecido, segundo a direção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), responsável pela administração do parque no Brasil.

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