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O artista Wellington Nogueira em uma de suas visitas a hospitais | Divulgação
O artista Wellington Nogueira em uma de suas visitas a hospitais| Foto: Divulgação

Em 1988, aos 27 anos, o ator Wellington Nogueira foi aos Estados Unidos para se formar em Teatro Musical em Nova York. Lá, conheceu uma associação que iria mudar a sua e tantas outras vidas: o Big Apple Circus Clown Care Unit. O grupo, fundado pelo palhaço Michael Christensen, atua desde 1986 em centros de pediatria para trazer alegria à vida das crianças nos hospitais. Nesta segunda-feira (15), Nogueira foi ao Colégio Marista para falar sobre alegria na palestra“Uma experiência de alegria em meio à adversidade”.

Nogueira, que hoje é ator de teatro musical e palhaço, desistiu da carreira na Broadway três anos depois. Em 1991, o pai dele, que morava em São Paulo, ficou doente. Nesse momento, ele viu uma maneira de agradecer o que a vida que já havia lhe dado. “A experiência que eu vivi nos EUA mudou meu modo de ver o mundo. Eu percebi que podia aprender com qualquer um, até mesmo com os mestres inusitados que são as crianças”, afirma o artista. Ele fundou o Doutores da Alegria dois meses após o falecimento do pai. Quando tomou conhecimento da doença na família, ele quis voltar para o Brasil e estender a metodologia do Big Apple Circus Clown Care Unit.

Em setembro de 1991, Nogueira deu início à jornada em terras brasileiras. “Ao ir no visitar meu pai, que estava internado, notei que não havia uma cultura de usar a arte para curar. O lúdico tem um benefício enorme para quem está se recuperando. Várias vezes ouvi nos hospitais que eles já tinham o que era necessário: bons médicos, tratamentos e instalações”, relembra.

A organização atua nas cidades de São Paulo e Recife e já fez mais de um milhão de visitas a profissionais de saúde, crianças em hospitais e seus acompanhantes. Uma das suas iniciativas é o Programa de Formação de Palhaço para Jovens, focado em auxiliar jovens de 17 a 23 anos vindos de comunidades carentes a iniciarem a carreira artística voltada para a linguagem do palhaço. O curso já formou cerca de 200 jovens.

Outra atividade promovida é a Escola Doutores da Alegria, que trabalha na formação de diverso públicos em todo o Brasil. Nesse grupo estão inclusos voluntários de grupos semelhantes a profissionais que queiram praticar a criatividade.

O artista se reconhece como um empreendedor social e se orgulha do trabalho que foi e continua sendo feito pela ONG. “Eu pude ajudar as pessoas a entenderem que a saúde não é a ausência da doença e sim a conexão com a nossa potência pessoal. É importante conhecer a si mesmo e não ter medo dessa autoconsciência”, garante.

Para ele, as crianças são um grande exemplo nesse sentido. “Os pequenos não usam suas doenças como muletas. Quando você se aproxima dela para brincar, ela se conecta com você e com a brincadeira. Tantas já me disseram ‘quando brinca, não dói’”, ressalta.

Em comemoração ao Dia do Marista, o Colégio Marista Santa Maria recebeu o artista nesta segunda-feira (15). Na palestra, Nogueira apresentou a filosofia e os valores do trabalho da ONG num evento voltado para educadores e convidados.

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