• Carregando...
Veja como ocorrem os fenômenos El Niño e La Niña |
Veja como ocorrem os fenômenos El Niño e La Niña| Foto:

Novo sistema

Na última semana, o Instituto Tecnológico Simepar lançou o Sistema Integrado de Estimativas de Chuva (Siprec), ferramenta que vai melhorar o acompanhamento das chuvas que ocorrem no Paraná e regiões vizinhas. O sistema associa a rede de estações pluviométricas, que são mais de cem em todo o Paraná, a um satélite e dois radares, e permite apurar as chuvas ocorridas em áreas delimitadas. O Siprec vai auxiliar também na prevenção de desastres, pois será possível prever com mais precisão alterações nos níveis dos rios.

Para entender melhor os efeitos das adversidades climáticas causadas pelo El Niño e La Niña no Paraná, um grupo de pesquisadores do Instituto Tecnológico Simepar e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) avaliou dados sobre os fenômenos desde 1955. A conclusão é que a ocorrência de chuvas e geadas está diretamente relacionada à duração dos sistemas e não apenas a sua ocorrência.

A pesquisadora do Simepar Ângela Beatriz Costa explica que essa descoberta vai auxiliar na melhor definição dos quadros climatológicos do estado, tornando as previsões meteorológicas mais precisas, o que deve auxiliar a agricultura. "Isso serve como um aviso, uma recomendação para a tomada de decisões. O objetivo é que seja um sistema de suporte para a agricultura, especialmente para o cultivo do café", diz. Com os dados do trabalho, será possível realizar ações preventivas e implantação de políticas públicas para reduzir as consequências do excesso ou falta de chuvas e dos efeitos das geadas.

Os pesquisadores agruparam dados das precipitações em Londrina (Norte), Palmas (Sul) e Cascavel (Oeste) de acordo com a duração de cada situação climática, no caso El Niño, La Niña e neutralidade no período entre 1976 e 2011. A análise mostrou que havia predomínio de chuvas em índices superiores à média histórica em ocasiões de El Niño e inferiores quando o sistema atuante era o La Niña. A novidade da pesquisa é a relação encontrada entre a duração do sistema e a ocorrência das chuvas: quanto maior o período de influência de um sistema, maior a probabilidade de ocorrerem mais chuvas ou de haver períodos de seca.

Geadas

Em relação à ocorrência de geadas, que influenciam fortemente a cafeicultura, foram analisadas as que causaram prejuízos mais severos ao estado e que estiveram associadas às mais baixas temperaturas. A análise se fixou no Norte do Paraná para os eventos de 1955, 1969, 1974, 1975, 1981, 1994 e 2000.

Nesse caso, foi analisada a duração, em meses, dos sistemas antes da ocorrência de uma geada, um fenômeno extremo e que depende das condições atmosféricas durante o deslocamento das massas de ar frio, sem caracterizar um padrão. A hipótese era de que os oceanos respondiam mais lentamente a mudanças e a maior permanência do El Niño ou da La Niña poderia ocasionar temperaturas mais amenas ou elevadas durante o inverno, reduzindo ou agravando as chances da ocorrência de geadas. A pesquisa mostrou que antes das geadas consideradas mais graves, houve longos períodos sob influência da La Niña.

Geralmente, o El Niño ocorre com intervalos médios de quatro anos e tem duração de 6 a 15 meses. Já os episódios de La Niña têm frequência de 2 a 7 anos, com duração de 9 a 12 meses, embora haja registros de episódios que persistiram por mais de 2 anos. Nas últimas décadas, a La Niña tem ocorrido em menor quantidade que o El Niño.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]