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Recenseamento

E o Censo bate à porta de novo

População não quer receber supervisores, que vão às casas pela segunda vez para checar os dados

Recenseadores em Ponta Grossa: 9,6 milhões de domicílios já foram visitados em todo o país | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Recenseadores em Ponta Grossa: 9,6 milhões de domicílios já foram visitados em todo o país (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

A aplicação dos questionários do Censo 2010 está mexendo com a rotina das famílias brasileiras desde o último dia 2, quando começou a coleta de informações de porta em porta. Para garantir a eficácia da consulta que está sendo realizada em 58 milhões de casas em todo o país, o Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está empregando supervisores que fazem uma espécie de varredura nas pesquisas realizadas pelos recenseadores para afastar qualquer tipo de erro. Esse trabalho, no entanto, encontra resistência de alguns moradores, que não querem atender o Censo duas vezes. "Aí a gente encara com bom humor, diz que é bem rapidinho", comenta a supervisora Gisele Ramos.

A primeira visita é a do recenseador, que aplica o questionário básico, com cerca de 10 minutos de duração, ou o questionário amostral, que é mais completo e demora cerca de 50 minutos para ser preenchido. O tipo de questionário a ser aplicado depende de uma espécie de "sorteio" que é feito pelo sistema de coleta de informações do IBGE.

Antes de cada recenseador fechar o levantamento do seu setor, que compreende um número determinado de domicílios, o supervisor refaz o seu percurso ouvindo novamente os entrevistados, que também são escolhidos aleatoriamente pelo software usado pelo instituto. O trabalho do supervisor dura em média 5 minutos, no caso do questionário básico, e 20 minutos, quando foi aplicado o questionário amostral. Só então a pesquisa é consolidada e os dados são enviados ao sistema nacional do IBGE. O objetivo é evitar informações erradas.

A dona de casa Maria Cristina Ferreira, de 37 anos, que mora na periferia de Ponta Grossa com o marido e os filhos, não se importou com a visita. "É pura besteira não aceitar porque o trabalho deles é muito importante", completou. Mas há casos, segundo a supervisora Gisele, que os moradores se negam a responder às perguntas. "Eles dizem que já responderam ao Censo e, outras vezes, ficam desconfiados", aponta.

O chefe do IBGE no Paraná, Sinval Dias dos Santos, diz que não há motivos para desconfiança. "Os recenseadores e os supervisores estão sempre com o colete com o nome do IBGE, a identificação com o crachá e o número de telefone do IBGE caso o morador ache necessário ligar", diz. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, até o último dia 13, o número 0800-721-8181 já havia recebido 10,6 mil chamados em todo o país, sendo 3,8 mil para confirmar a identidade dos agentes.

Campanha

O recenseador Diego Denck lembra também que há muitos moradores que confundem os recenseadores com cabos eleitorais. Gisele completa que alguns partidos estão se aproveitando do Censo para levar informações sobre seus candidatos às casas. "Muita gente nos diz que vieram e deram santinhos para eles guardarem", afirma. Só no Paraná são 11,1 mil re­­censeadores e 1,3 mil supervisores.

Como o levantamento de dados segue até fim de outubro, os recenseadores e supervisores estão visitando as residências durante todo o dia e até no período da noite ou finais de semana. Até o último dia 16, 17% das residências haviam sido visitadas no país, o equivalente a 9,6 milhões de domicílios.

Serviço:

Informações sobre o Censo e identificação dos recenseadores, fone 0800-721-8181.

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