No último dia 21, o país parou para festejar o Dia de Tiradentes. Curiosamente, no dia seguinte, data oficial do descobrimento do Brasil, todo mundo voltou ao trabalho. Mas a descoberta não seria mais importante que a Inconfidência de Minas Gerais? A resposta para o questionamento passa pelo contexto político da época em que a o feriado foi criado. "Aparentemente, Tiradentes foi uma escolha do governo de Juscelino Kubitschek. Como era mineiro, é provável que havia interesse em homenagear alguém de sua terra", esclarece Luiz Geraldo Silva, professor do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Silva explica que as datas são criadas conforme o momento político. O professor lembra que o 7 de setembro não foi comemorado pelo Império Brasileiro por alguns anos depois da Independência do Brasil. Na época, a data celebrada era o 12 de outubro: "Dia da Aclamação de dom Pedro I como imperador brasileiro e, coincidentemente, dia de seu aniversário", diz o professor.
Civilidade
Proprietária de papelaria, Rita de Cássia Honorato Schneck questiona a forma como são celebrados os feriados no Brasil. "Parece que as pessoas só se importam em saber que não vão trabalhar sem dar muita importância de que há alguma coisa para ser lembrada", diz. Luiz Geraldo Silva explica que esse tipo de comportamento ocorre pelo fato de a população não participar do processo de definição dos feriados: "Então, ele prefere aproveitar e curtir a folga", diz.
"Visitei a França e acompanhei um feriado de celebração pelo fim da Segunda Guerra Mundial. São impressionantes as calçadas com velas e flores. Ocorre, efetivamente, um movimento coletivo", conta Silva.



