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A Secretaria de Estado da Educação (Seed) quer implantar, a partir de 2006, mudanças na Educação de Jovens e Adultos (EJA), eliminando gradativamente o modelo em que o aluno é obrigado a freqüentar as aulas todos os dias, em horário semelhante ao dos adolescentes que normalmente estudam à noite. Ontem, em audiência pública na Assembléia Legislativa, a superintendente de Educação da Seed, Yvelise Arco-Verde, e a chefe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Seed, Maria Aparecida Zanetti, explicaram as alterações.

A audiência foi convocada pela APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação. Além do novo modelo, uma questão discutida foi a matrícula dos alunos para o segundo semestre de 2005. A Seed havia determinado a suspensão das matrículas da modalidade presencial (veja ao lado os sistemas de ensino em vigor) tanto para quem queria começar a fase 2 (correspondente aos quatro últimos anos do ensino fundamental) quanto para os interessados em iniciar a fase 3 (ensino médio). No entanto, ontem a Secretaria voltou atrás em relação à fase 3. "Só por esse fato já podemos considerar a audiência um sucesso", afirmou o presidente da APP-Sindicato, José Lemos.

Lemos ainda é contrário ao fim do ensino presencial nos moldes atuais. "A comunidade deve ter o direito a essa opção, pois há alunos adultos que têm possibilidade de assistir a aulas todas as noites", afirmou. Wagner do Amaral, do Departamento de Ensino de Jovens e Adultos da Seed, explica que o cansaço de muitos estudantes influenciou o projeto da secretaria. "A dupla jornada de trabalho e estudo exige muito e, dependendo do horário do trabalhador, ele acaba faltando à primeira aula ou saindo antes porque tem de acordar cedo no dia seguinte. A evasão dos cursos presenciais chega a 50%", justifica.

A APP-Sindicato ainda mostrou preocupação com a situação dos professores no novo modelo. "E se não houver demanda de uma certa disciplina no modelo novo, o professor fica sem trabalhar, vai mudar de escola para voltar quando quiserem a matéria que ele ensina?", questiona. Amaral diz que não haverá demissões, mas que pode haver remanejamento de professores. "Se temos duas escolas oferecendo o EJA em uma mesma região, a tendência será de que uma delas fique com as turmas de ensino regular de crianças e jovens, e outra com todas as turmas de EJA", disse. Atualmente, o Paraná tem cerca de 170 mil alunos de EJA, em 293 escolas com ensino presencial e 84 centros onde é oferecida a modalidade semipresencial.

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