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O empresário Eike Batista anunciou nesta terça-feira (24) a doação de R$ 20 milhões para o governo do Rio de Janeiro e o compromisso de entregar o mesmo valor todos os anos, até 2014, exclusivamente para aplicação na compra de equipamentos e na construção de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Lançado no fim do segundo ano do governo Sérgio Cabral (PMDB), o projeto das UPPs virou bandeira política do candidato à reeleição e foi incorporado ao discurso de campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT).

Ao anunciar a parceria com a iniciativa privada, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que isso dará velocidade ao projeto, destacando a dispensa de licitações. "É muito importante, quase vital, para a continuidade desse projeto que tenhamos velocidade. Não podemos ficar restritos a determinados impedimentos que a legislação (impõe), principalmente a lei de licitação. Esse fundo vai suprir esse problema."

Além de Eike Batista, participaram da cerimônia representantes da Bradesco Seguros (que prometeu mais R$ 2 milhões), da Coca-Cola (R$ 900 mil), da Souza Cruz (R$ 400 mil) e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que banca a construção do prédio da UPP na Cidade de Deus.

"Vamos contribuir com R$ 20 milhões por ano até 2014. É um compromisso que será acrescentado à soma dos parceiros, e esperamos que isso incentive outros a participar", disse Eike, que chamou Beltrame de "grande general". Para o empresário, as UPPs são um "modelo para o Brasil e talvez para o mundo". "O conceito é tão fantástico, vimos que funciona. Não imaginava que a gente ia arrumar uma solução para resolver o problema das favelas. É um compromisso sério. Não gosto de puxadinho. A única maneira de se perpetuar é entrar com um volume sério de recursos."

Cronograma

O comandante das UPPs, coronel Robson Rodrigues, disse que o atual cronograma será mantido. "Dependemos de outras questões como aquisição de policiais. Mas chegaremos mais bem preparados. Vamos ter condição de adquirir tecnologia moderna sem precisar de licitação. Existem países que têm tecnologia de segurança de ponta, como Israel. Para ocupar complexos de favelas, vamos precisar dessa tecnologia. Imagina uma licitação internacional com embargos que atrasem o processo?"

O presidente da CBF disse considerar um "caso anômalo" o recente ataque de traficantes e sequestro de 35 pessoas em um hotel em São Conrado. Para ele, o fato não implicará prejuízo no planejamento da Copa e da Olimpíada. O Rio tem hoje dez UPPs instaladas e duas em processo de instalação, com efetivo de 2,2 mil policiais militares - seriam colocados mais mil até dezembro. O governo, que afirma ter a capacidade de formar 5 mil policiais por ano, já anunciou o plano de inaugurar 40 UPPs em 160 favelas até 2014.

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