A elefanta que estava no Circo Moscou, no bairro Tarumã, em Curitiba, será levada para um zoológico em Itatiba, no interior de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (1.º). A determinação foi feita pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), após um laudo emitido pelo Departamento de Zootecnia do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que alega que o animal não tinha condições suficientes de bem-estar para continuar no circo.
O laudo assinado pela médica veterinária Carla Forte Maiolino Monteiro afirma que foi registrado "existência de abuso, maus-tratos e crueldade" com o animal. A falta de espaço para a elefanta Bambi, como era chamada pelos funcionários do circo, é um dos principais motivos para a retirada do animal do local.
"Ela dormia numa carreta de transporte e durante o dia ficava num ambiente de 400 metros quadrados", afirmou o superintendente estadual do Ibama, José Álvaro Carneiro. O superintendente disse que o animal dispunha de comida, água, sombra e não tinha nenhum ferimento. Mesmo assim, as condições em que vivia no circo configuravam-se como maus-tratos. "No lugar em que ela estava certamente não é um local para os elefantes habitar", afirmou.
A elefanta chegou com o circo no dia 5 de abril em Curitiba. No dia 9 o circo foi multado em R$ 5 mil por irregularidades na documentação do animal. "A multa continua valendo. Eles podem se defender é claro. A questão da documentação da elefanta é menor agora. A transferência será feita pela crueldade com o animal atestada pela UFPR", afirmou Carneiro.
Questionado se não houve demora da remoção da elefanta do circo, o superintendente se defendeu. "Achar um lugar para uma elefanta não é simples. Lá (zoológico de Itatiba) é um lugar que tem capacidade para receber um elefante e proporcionar uma vida digna. Foi construída toda uma situação legal para conseguirmos tirar a elefanta do circo", explicou.
A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pelo Circo Moscou para comentar o assunto. Na época da autuação do local, o advogado que representa o circo afirmou que a elefanta havia sido doada por um parque temático do Chile. "Os circos precisam evoluir. Parar de usar animais e explorar outras atrações. De humanos para humanos", definiu o superintendente do Ibama.
A elefanta deve sair às 7 horas de sexta-feira (1.º) do Circo Moscou. Policiais da Força Verde vão apoiar a operação de transporte do animal.
