
Os protetores das tartarugas-marinhas encaram a nova temporada de desova dos quelônios, que começou no último mês, com um grande desafio: alcançar a meta de 15 milhões de filhotes salvos e soltos no mar.
Esse é o objetivo do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas-Marinhas (Tamar), organização que em 32 anos salvou cerca de 13,7 milhões de filhotes e que espera conduzir ao mar outros 1,5 milhão na atual temporada de desova, que só terminará em março de 2013.
"Se mantivermos a média das últimas temporadas (1,2 milhão de filhotes salvos), poderemos celebrar essa meta ambiciosa e, ao mesmo tempo, fundamental para as cinco espécies de tartarugas marinhas que costumam visitar a costa brasileira, todas ameaçadas de extinção", afirmou o oceanógrafo Guy Marcovaldi, diretor do Tamar.
A tarefa não é fácil porque exige atenção às milhares de fêmeas que, como se tivessem bússola ou GPS, retornam todos os anos à praia em que nasceram para cavar um ninho e por seus ovos, que depois são cobertos novamente com areia.
A missão também implica a marcação dos ninhos espalhados ao longo dos 900 quilômetros do litoral brasileiro para impedir que os mesmos sejam pisoteados ou destruídos acidentalmente; colocar proteções para evitar o ataque de animais e predadores, e conscientizar pescadores, banhistas e turistas sobre a necessidade de recuperar as povoações de tartarugas.
Os ativistas também têm que estar atentos à data aproximada de nascimento das tartarugas para ajudá-las a se dirigir ao mar, um processo que também precisa da colaboração dos hoteleiros.
Para não desorientar as tartarugas recém-nascidas e, consequentemente, condená-las à morte por desidratação, os estabelecimentos próximos à praia não devem apontar luzes em direção à areia.



