
Há dois anos, a vida do catarinense Gyouin Pedroni, de 25 anos, seguia sem sobressaltos. Formado em Engenharia Ambiental, namorava firme, vivia bem com a família e era dono do próprio negócio. Mas faltava algo. "Eu só pensava naquilo que todos pensam: dinheiro, como ter sucesso profissional, como conseguir cada vez mais. Tinha tudo, mas continuava insatisfeito", relembra.
Católico não-praticante, não confiava muito na religião. A ajuda para se encontrar veio através de um homem que Gyouin nunca conheceu pessoalmente: Sérgio Chaia, presidente da Nextel Brasil, que é budista. "Assisti a uma entrevista e vi que ele pensava e falava de uma forma diferente. A filosofia influenciava a forma como ele tratava os funcionários, desde o executivo até o cara que limpa o chão. Eu queria isso para a minha empresa. Então decidi conhecer melhor o budismo."
Ele se lembra da data em que pisou pela primeira vez no templo, no bairro Cajuru, onde mora hoje: 14 de abril de 2008. Pouco mais de um ano depois, já era sacerdote. "Desde quando entrei aqui pela primeira vez, nunca deixei de vir." Os pais, a princípio, estranharam. "Hoje, minha mãe respeita a opção, pois sabe que aqui estou seguro, que ajudo pessoas de todas as idades, que a minha vida tem um sentido." Casado, Gyouin desmonta a ideia de que o budista, especialmente o monge, não tem sentimentos como medo, dor, ambição ou raiva. "A diferença é que eles não mandam em mim. Eu não sou guiado pelos meus sentimentos. Eu sei que o dinheiro é necessário, mas o dinheiro não dita os meus caminhos", explica.




